Marcelo Gonçalves Ferraz

DEUSES DO EGITO: UMA PERSPECTIVA CINEMATOGRÁFICA SOBRE A MITOLOGIA EGÍPCIA

Nesse texto temos como objetivo relacionar alguns aspectos da mitologia egípcia – buscando amparo na literatura – com o filme “Deuses do Egito” (2016), mostrando a importância pedagógica do cinema nas aulas de história, transformando o texto fílmico em importante instrumento no processo ensino-aprendizagem.

O Egito Antigo
A civilização egípcia fascina o mundo ocidental. O duplo país, formado pelo “Tashemau” e “Tamehu” (DESPLANCQUES, 2009), é, antes de mais nada, fonte de mistério e fantasia.
Cardoso (2012, p. 8), cita que essa atração que o mundo ocidental sente pelo Egito Antigo deve-se ao fato de que, apesar de repousar sobre uma linha temporal extensa, a civilização egípcia manteve suas características praticamente inalteradas, somando-se ao “fascínio exótico e nostálgico” que exerce sobre nossa sociedade secularizada.

O Egito Antigo, situado em uma longa faixa de terra fértil que se alarga na altura do mar Mediterrâneo, tem o Delta, o Vale e o deserto como partes de uma mesma civilização.
Segundo Doberstein (2010, p. 8), a unificação do Egito, retratada na Paleta de Narmer – produzida por volta de 3100 a.C. – é comumente apresentada como “o começo da ‘civilização’ egípcia”.
Obviamente, uma história que repousa em uma linearidade de mais de 3000 anos não cabe em uma aula. Muito menos em um texto. As particularidades da história da sociedade egípcia se entrelaçam e se dispersam sob vários contextos de continuidade e descontinuidade.

Desplancques (2009) sintetiza a história do Egito Antigo, debruçando-se sobre a fase pré-dinástica, a época faraônica e o período greco-romano, bem como trata do Antigo Império, Médio Império e Novo Império como constituintes da formação da civilização egípcia.

Donadoni (1994), por sua vez, dedica-se a olhar para o homem egípcio, discorrendo sobre o camponês, o escriba, o sacerdote, o morto e o rei, entre outros. Segundo o autor, a sociedade egípcia foi “fundamentalmente mundana, racionalmente pragmática” e “satisfeita com sua alegre vitalidade” (DONADONI, 1994, p. 217), evidenciando as múltiplas facetas da história egípcia.

Indiscutivelmente, um dos temas que mais atrai a atenção da sociedade ocidental sobre a história do Egito Antigo está atrelado ao misticismo e à religiosidade daquela civilização. Seus deuses e seus mistérios tem povoado o imaginário de grande parcela da população do hemisfério ocidental do globo.

Uma sociedade carregada de elementos religiosos, como o Egito Antigo, responsabilizava a religião como a origem de seus sucessos e fracassos, pois “Os deuses eram fonte de prosperidade e miséria” (SALES, 1999, p. 25). Nessa sociedade, os deuses originalmente apresentaram formas animais, sendo progressivamente substituídos por formas humanas com cabeça de animal.

Silverman (2002, p. 21) explicita o povoamento de criaturas híbridas – com cabeças de animais e corpos humanos – no imaginário da maioria das pessoas, advertindo-nos sobre a “complexa rede de divindades” inserida em uma concepção do divino “altamente desenvolvida”.

O autor relata que textos, de origem literária e religiosa, mostram os deuses com características humanas, incluindo suas emoções (SILVERMAN, 20012, p. 31). Em um destes textos literários, “As disputas de Hórus e Seth”, proveniente do Novo Império, os deuses exprimem, inclusive, senso de humor. Seth é mostrado como alvo de chacotas.

Tal disputa entre deuses remete ao surgimento da figura de Osíris, pai de Hórus e irmão de Seth. Osíris tem lugar de destaque ao relacionar a vida, a morte e a ressurreição no imaginário do homem do Egito Antigo.

Segundo Santos (2003), o culto a Osíris tem seu início por volta de 3000 a.C., coincidindo com a introdução da agricultura, atingindo seu ápice antes do final da VI dinastia, passando a ser deus e juiz de todos os mortos do Egito.

De acordo com a autora, segundo a teogonia heliopolitana, Osíris era filho primogênito de Nut e Geb, e tinha por imãos Seth, Ísis e Néftis. Desde a infância Osíris e Seth se antagonizam. Osíris casa-se com Ísis e desce à terra para governá-la.

Levado pela inveja, Seth assassina Osíris, tomando-lhe o trono. Ísis recolhe o corpo de Osíris, o que faz com que Seth resolva esquarteja-lo e espalhá-lo por todo o Egito. Isís recupera as partes do corpo de Osíris, exceto o seu falo, e com a ajuda de Anúbis ressuscita-o por um momento, suficiente para fecundá-la.

O filho gerado, Hórus, ao atingir a maturidade, luta contra Seth, recuperando o direito ao trono. Dessa forma, Osíris, não podendo mais retornar ao mundo dos vivos, reina como Senhor da Eternidade, enquanto Hórus reina sobre a terra.

Cinema e História
Podemos observar que o cinema acaba tornando-se instrumento valioso no processo ensino-aprendizagem de história do Egito Antigo. Uma vez que temos a oportunidade de discutir diversas temáticas com nossos alunos, inclusive o que se refere à religiosidade egípcia.

É de conhecimento de todos a enorme contribuição dada por Marc Ferro, nos idos dos anos 1970, à introdução do cinema como campo de pesquisa para o historiador.

Segundo Ferro (2010, p. 19), “[...] toda sociedade recebe as imagens em função de sua própria cultura”. Entretanto, não há como negar o fato de o cinema representar um grande fomentador dessa cultura, criando conceitos e preconceitos na mentalidade de seus espectadores, aglutinando saberes.
Duarte (2009, p. 17) enfatiza que “Muito da percepção que temos da história da humanidade talvez esteja irremediavelmente marcada pelo contato que temos / tivemos com as imagens cinematográficas”.

De fato, muito do imaginário ocidental sobre a cultura egípcia foi criado pelo cinema. Ao perguntarmos aos nossos alunos sobre o que lembram do Egito não faltarão alusões às pirâmides, múmias e deuses com cabeças de animais.

Segundo Cardoso (1992, p. 7), “Nenhuma outra cultura da Antiguidade inspirou a elaboração de tantos livros de divulgação destinados ao grande público”. Provavelmente nem tantos filmes.
Após tornar-se uma indústria poderosa, por volta de 1913 a 1915 (COSTA, 2006), com o advento dos filmes de longa-metragem, em detrimento dos filmes de curta-metragem, o cinema observa a potencialidade do Egito Antigo como fonte de inspiração.

Uma das temáticas preferidas é a que se refere às múmias. De “The mummy” (1932), com Boris Karloff, até mais recentemente com o lançamento de “A múmia” (2017), com o astro Tom Cruise, estes filmes ajudaram a construir uma imagem pré-concebida sobre o Egito Antigo em nossas mentes.
Não poderia ser diferente com “Deuses do Egito” (2016), que tem como enredo a luta entre Seth e Hórus pelo trono do Egito. Mesma temática encontrada em “As disputas de Hórus e Seth”, citada por Silverman (2002, p. 31).

Antes de entrarmos no debate do que está certo e do que está errado, do que é fidedigno e do que não passa de imbróglio, recordemos que o filme é primeiramente um produto de consumo, podendo ser, a posteriori, considerado uma ferramenta pedagógica. Lembremos que “[...] aquele não é um mundo real [...]” (ROSENSTONE, 2010, p. 14). Entretanto, “[...] o filme, imagem ou não da realidade, documento ou ficção, intriga autêntica ou pura invenção, é História” (FERRO, 2010, p. 33).

À época de seu lançamento, o filme “Deuses do Egito” sofreu críticas desfavoráveis. No jornal Folha de São Paulo, apelícula foi considerada “mais apropriado para lenda celta do que para Egito antigo” (CALLIL, 2016, p. 3), por apresentar atores oriundos da Escócia, Inglaterra e Austrália. Nenhum egípcio. Somado a isso, a qualidade do enredo do filme foi colocada em questão.

A crítica prossegue acusando o enredo de “uma desculpa para uma confusa orgia de efeitos digitais de gosto duvidoso” por mostrar os deuses de estatura maior que os humanos. De fato, na película, os deuses são criaturas de tamanho bem maior que os seres humanos. Mas tal fato está de acordo com vários desenhos, esculturas e imagens encontrados em escavações arqueológicas. Cardoso (1992, p. 8) nos fala de um desses documentos, sobre a tumba do chefe de polícia Mahu, em Akhetaton, onde, segundo o autor, “as personagens de alta hierarquia [...] são representadas em tamanho bem maior do que os homens [...]”. O mesmo autor, em trabalho que correlaciona a religião egípcia com a religião da Mesopotâmia, traça as semelhanças existentes entre as divindades cultuadas nas duas sociedades. Segundo Cardoso (1999, p. 79), os deuses egípcios apresentam aspecto humano-animal, masculinos ou femininos, “como tendo tamanho gigantesco”. Sendo, à princípio imortais, embora alguns deuses morressem.

Ora, a crítica aqui reproduzida nos diz muito. Observamos o olhar do que poderia muito bem ser similar à observação de um espectador leigo, não conhecedor dos detalhes da História do Egito Antigo. Cumpre-se, dessa forma, o papel pedagógico do cinema: aquisição de saberes. Ao assistir “Deuses do Egito”, o espectador comum tem contato com informações contidas em documentos arqueológicos que nos informam que os deuses eram representados com estatura muito superior à dos seres humanos.

Outro ponto negativo, levantado pela crítica, diz respeito à “orgia de efeitos especiais”. O cinema, surgido em fins do século XIX, preto e branco e mudo, tem hoje a capacidade de recriar, ou mesmo criar, cenários jamais pensados antes. A abertura da película “Deuses do Egito” nos brinda com uma suposição crível do que poderia ser a maravilha das construções, o ritmo presente nas ruas, o burburinho criado pelos transeuntes de uma sociedade situada a milênios de nosso tempo. Por essa perspectiva, os defeitos observados na crítica publicada sobre o filme “Deuses do Egito” nos impele a achar que seus maiores defeitos são suas maiores qualidades.

Obviamente, por se tratar de um produto comercial, tendo como finalidade a obtenção de lucro, o roteiro não será pensado como uma aula de História. Nesse ponto, cabe ao professor relacionar o texto fílmico com textos impressos. Surge, dessa forma, um estimulante exercício de discussão sobre a batalha entre Hórus e Seth, bem como sobre o mito de Osíris, sobre a mitologia egípcia, sua religiosidade e um leque de temas ligados ao Egito Antigo.

De acordo com a película, em sua abertura, um narrador nos coloca a par dos eventos a serem mostrados. Antes do início dos tempos, os deuses, criadores do Egito, lá viviam com os homens, sua criação. O Egito havia sido dividido em dois: as terras banhadas pelo rio Nilo, governadas por Osíris; e o deserto, dominado por Seth. Osíris está prestes a passar o trono do Egito para o seu filho, Hórus. Participam do evento vários outros deuses, Hathor, deusa do amor, Tot, deus da sabedoria, e Néftis, deusa da proteção, entre outros. Na iminência da coroação de Hórus, Seth surge com seu exército, assassinando Osíris e derrotando Hórus em um duelo. Seth, vencedor e usurpador do trono, envia Hórus para o exílio e subjuga todos os demais deuses, obrigando-os a o aceitarem como o legítimo senhor do Egito.  Um humano, ladrão, chamado Bek, consegue roubar um dos olhos de Hórus, guardado no cofre de Seth, devolvendo-o ao seu verdadeiro dono após ter sua companheira assassinada pelo arquiteto de Seth. Hórus, com apenas um olho, inicia sua jornada em busca da recuperação do trono. Para isso, parte ao encontro de Rá, seu avô, que vaga pelo espaço em uma nau, defendendo o planeta do ataque da besta Apep, que deve ser destruída, para a cada novo dia ressuscitar. Nesse interim, Seth torna-se mais forte e poderoso a cada dia, assassinando todos os demais deuses que se colocam em seu caminho. Inclusive seu pai, Rá. Após um duelo final, Hórus consegue subjugar Seth, assassinando-o e recuperando o trono do Egito. Em gratidão, Rá, ressuscitado, concede a vida ao humano Bek e sua companheira Zaya.

O roteiro, obviamente, apresenta falhas. Entretanto, Rosenstone (2010, p. 14) deixa claro que “[...] de qualquer forma, também não é real o outro mundo histórico evocado nos livros didáticos que aturamos durante os anos de escola e universidade”. Além disso, Carrière (2015, p. 19) nos lembra que diferentemente da escrita, as imagens em movimento estão ao alcance de todos, letrados e iletrados, tornando a sua memória “mais forte e duradora do que a de palavras e frases”.
Dessa forma, segundo Duarte (2009, p. 18), atingimos aquele que é o maior interesse que o cinema suscita na educação:  sua natureza pedagógica.

Conclusão
O cinema tem a característica de, apesar de ser um produto comercial, reproduzir saberes. Sua potencialidade pedagógica está disponível para o professor que deseje realizar a interdisciplinaridade, relacionando leituras fílmicas com leituras de textos impressos. A história do Egito Antigo, tão rica e vibrante, é campo fértil para a utilização de mídias fílmicas em sala de aula. Desde os anos 1930 temos longas-metragens dedicados ao tema.

Independente da qualidade do roteiro, e sua correlação com a História, todo filme mostra-se capaz de ser considerado texto histórico. Podemos utilizar os filmes como ilustração, fonte ou discussão em nossas aulas, incentivando a pesquisa em nossos alunos.

O cinema, graças à contribuição de Ferro, está presente, não apenas nas salas de exibição, mas também na sala de aula. Cumpre a nós, professores, sabermos introduzi-lo na sala de aula, bem como utilizá-lo da melhor forma possível, evitando a função “tapa-buraco” – para as aulas vagas – e extraindo da mídia fílmica o máximo de conhecimento e discussão ali presentes.

Referências
Marcelo Gonçalves Ferraz é graduando em História pela Universidade de Pernambuco (UPE – Campus Petrolina).
Orientador: Prof. Dr. Thiago Eustáquio Mota.

Filme:
DEUSES do Egito. Direção: Alex Proyas. Produção: BasilIwanik. EUA/ Austrália: Thunderroad, 2016. 127 min.

Livros:
CALIL, Ricardo. Polêmica racial encobre a ruindade do épico. Folha de São Paulo. São Paulo, 27 fev. 2016. Folha Ilustrada, p. 3.
CARDOSO, Ciro Flamarion. O Egito antigo. São Paulo: Brasiliense, 1992.
CARDOSO, Ciro Flamarion.Deuses, múmias e ziggurats: uma comparação das religiões antigas do Egito e da Mesopotâmia. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999.
CARRIÈRE, Jean-Claude. A linguagem secreta do cinema. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
COSTA, Flávia Cesarino. Primeiro cinema. In: MASCARELLO, Fernando (org.). História do cinema mundial. Campinas, SP: Papirus, 2006.
DESPLANCQUES, Sophie. Egito antigo. L& PM, 2009.
DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. O Egito antigo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
DUARTE, Rosália. Cinema & educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
DONADONI, Sérgio et al. O homem egípcio. Lisboa: Presença, 1994.
FERRO, Marc. Cinema e História. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
ROSENSTONE, Robert. A história nos filmes, os filmes na história. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
SALES, José das Candeias. As divindades egípcias. Uma chave para a compreensão do Egito Antigo. Lisboa: Estampa, 1999.
SANTOS, Poliane Vasconi dos. Religião e sociedade no Egito antigo: uma leitura do mito de Ísis e Osíris na obra de Plutarco (I d.C.) / Assis, 2003. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual Paulista.


45 comentários:

  1. Um texto enxuto e bem objetivo, parabéns. Sem dúvida, o cinema é de grande utilidade para o ensino de História. Se tratando de Egito Antigo, o cinema não deixa nada a desejar em imaginação, e temos muito que agradecer, é verdade. Não faz muito tempo que ouvi de um homem, durante um estágio que realizei numa escola, que não eram necessários professores para o ensino História, pois o ensino de História devia ser através de filmes, que contariam tudo para os alunos de forma mais rica e atraente. Mesmo com uso didático que a História faz dos filmes, poderíamos dizer que o cinema seria um grande rival da disciplina História na divulgação do seu conhecimento para o grande público?

    ResponderExcluir
  2. Esqueci de assinar a pergunta acima.Um texto enxuto e bem objetivo, parabéns. Sem dúvida, o cinema é de grande utilidade para o ensino de História. Se tratando de Egito Antigo, o cinema não deixa nada a desejar em imaginação, e temos muito que agradecer, é verdade. Não faz muito tempo que ouvi de um homem, durante um estágio que realizei numa escola, que não eram necessários professores para o ensino História, pois o ensino de História devia ser através de filmes, que contariam tudo para os alunos de forma mais rica e atraente. Mesmo com uso didático que a História faz dos filmes, poderíamos dizer que o cinema seria um grande rival da disciplina História na divulgação do seu conhecimento para o grande público?
    Cristiano Santos Carmo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Cristiano. Obrigado pela participação. É muito gratificante encontrar profissionais que demonstram as mesmas colocações e ponderações que temos. Tentando responder a sua pergunta, Rosenstone (2010, p. 28) diz algo bem interessante: "Todo dia, fica mais claro até mesmo para o mais acadêmico dos historiadores que as mídias visuais são o principal transmissor de história pública na nossa cultura, que para cada pessoa que lê um livro [...] muitos milhões de pessoas [...] terão contato com o mesmo passado apenas nas telas". Entretanto, é bom lembrar que na época do surgimento do cinema havia sempre uma pessoa responsável pela explicação do que acontecia na tela para o público. Acredito que o professor sempre será necessário, para que possa estimular o diálogo e a pesquisa sobre o tema exposto pelo filme, pois o filme pelo filme não passa de sua proposta original: entretenimento. O filme como ferramenta pedagógica precisa de uma mediação, de um(a) facilitador(a). Aí entra o bom e velho professor.

      Excluir
  3. Boa noite
    Gostei muito do artigo, principalmente de que ele reforça a importância do trabalho interdisciplinar ao utilizar filmes cinematográficos como material em sala de aula.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Jaciene. O processo ensino-aprendizado nos coloca esse questionamento a toda hora, não é mesmo? A interdisciplinaridade já faz parte do dia-a-dia do profissional de educação e deve ser proposta na maioria das circunstâncias, sempre que possível. Obrigado por sua participação.

      Excluir
  4. Olá, o que você aconselharia aos professores que utilizam áudio - visuais em sala de aula para que seus alunos não se percam na reprodução do filme? Um roteiro seria uma forma? Como ele pode administrar a duração do filme com o horário de aula?
    Lorena Raimunda Luiz

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Lorena. Marcos Napolitano sugere que se faça até mesmo um levantamento sobre a obra, o que pode estimular os alunos sobre a exibição do filme. O grande problema da utilização de filmes em sala de aula, na minha opinião, é a duração do mesmo, muito maior que a duração da aula. O que acho produtivo é a edição do filme, mantendo-se a ideia central, procurando não mutilar a concepção do cineasta. Eu utilizo o programa Windows movie maker para editar o filme. Minha sugestão seria uma introdução sobre o tema (1a. aula), exibição do filme editado (2a. aula) e discussão com a participação da turma e conclusão sobre o assunto, com divisão de equipes (3a. aula). O aluno se sentiria estimulado a assistir o filme completo em casa, posteriormente.

      Excluir
  5. Caro colega, parabéns pelo texto. Muitas de nossas considerações, os colegas acima já expuseram. Uma indagação que gostaríamos de (re) frisar. "que estratégias para que se evite o filme como 'tapa buraco'?" Além disso, levando em consideração a situação das escolas públicas, as quais em muitos casos não possuem recursos midiáticos para cinema, o que fazer?
    Jander F Martins e Vitória D. Wingert

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Jander. O filme utilizado como "tapa-buraco" tende a menosprezar a mídia como ferramenta pedagógica. O aluno que se acostuma a ver uma exibição de filme quando um professor falta, por exemplo, tende a achar que toda exibição é feita por que não há o que se fazer na sala de aula. Com isso ele não demonstra interesse. Infelizmente, a realidade de nossas escolas muitas vezes não nos ajuda a realizarmos uma aula mais participativa. Todos falam que precisamos de aulas mais "lúdicas", mas as condições de trabalho não são condizentes. Espero ter sido útil, Jander. Obrigado por sua participação.

      Excluir
  6. O texto apresenta muitas informações: estudar está sociedade que apresenta uma enorme gama de informações requer muita dedicação e esforço. Está sociedade que se formou ao redor do gigante Rio Nilo, o rio da vida deste povo. A meu questionamento, porque nossos livros livros didáticos abordam com pouca intensidade esta cultura, que a cada ano apresentam novas descobertas para o mundo?
    Maurilio de Oliveira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Maurilio. O livro didático mereceu um capítulo no livro da historiadora Selva Guimarães (Livros didáticos e paradidáticos de história em Didática e prática de ensino de história de 2003). Segundo Selva, o livro didático é a principal fonte (senão a única) no processo de ensino, sendo veiculador de conhecimentos sistematizados entre os brasileiros que tem acesso à educação. Ou seja, apesar de novas descobertas serem realizadas continuamente sobre o Egito Antigo, o livro didático continua repetindo o "conhecimento sistematizado". Dessa forma, é necessário, vez por outra, tentarmos diferentes ferramentas, como por exemplo os filmes. Obrigado por sua participação.

      Excluir
  7. Olá Marcelo!
    Parabéns pelo artigo! Eu particularmente amo essa temática e acho que você trabalhou de forma muito competente. Esse filme precisava de uma análise mesmo. A aplicação de Marc Ferro é fundamental para entendermos a sua proposta, uma vez que o autor nos mostra que o filme passou a ser tratado como um documento a partir da década de 70 pelos historiadores. Assim, acredito que posteriormente, você poderá aprofundar na discussão do autor, já que sabemos que o tamanho de um artigo é limitado para esta discussão tão fértil. Mas você deixou bem claro que o filme como um documento histórico deve ser entendido como um produto de seu tempo. Eu vejo que as próprias críticas desfavoráveis em relação ao filme, que foram muitas, assim como você nos mostrou, em que a presença de atores europeus para representarem egípcios, por si só muito pode nos dizer muito sobre os fatores que estão por trás destas produções cinematográficas, em relação ao contexto histórico-cultural. Concordo quando você afirma “Independente da qualidade do roteiro, e sua correlação com a História, todo filme mostra-se capaz de ser considerado texto histórico. Podemos utilizar os filmes como ilustração, fonte ou discussão em nossas aulas, incentivando a pesquisa em nossos alunos.”

    Outro elemento que seria interessante pensarmos em sua discussão seria a probabilidade de aplicar os estudos de Egiptomania que foram iniciados pelo historiador da arte Marcel Humbert. Eu trabalhei com essa discussão no evento ano passado, quando apresentei o artigo “O Orientalismo e as representações do Egito Antigo em Age of Mythology”. (Fica sendo essa a pergunta!). Abraços
    Pepita de Souza Afiune

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Pepita. Achei seu questionamento muito produtivo. Obrigado pela participação.Vou ler seu artigo para que possamos dialogar melhor e volto com essas questões, ok?

      Excluir
    2. Pepita, achei muito pertinente suas colocações sobre o game Age of Mythology e ensino de história. Acredito que o futuro do cinema será algo parecido com os atuais games. isso possibilitaria a construção ou reconstrução de cenários, vestimentas, e uma série de adereços que só a CGI pode fazer. Como você bem apontou a Egiptomania é uma corrente fortíssima, e os filmes e os games são prova desse fascínio que o mundo ocidental sente pelo Egito Antigo, recriando, inclusive, a própria história daquele povo, romantizando-a. O mesmo foi feito com a Idade Média, transformando os cavaleiros medievais em figuras românticas, bem como as damas em figuras castas e puras (vide inclusive as várias leituras fílmicas sobre Joana d'Arc, da santa casta de Fleming à louca desvairada de Besson). A tecnologia empregada, tanto nos games como nos filmes - e Deuses do Egito é um ótimo exemplo - é mais uma ferramenta para fomentar a Egiptomania. Cabe ao professor de história servir de mediador entre as mídias e os alunos. Espero ter respondido sua colocação. Um grande abraço e parabéns pelo artigo O ORIENTALISMO E AS REPRESENTAÇÕES DO EGITO ANTIGO EM AGE OF MYTHOLOGY, que será muito útil para mim em trabalhos futuros.

      Excluir
  8. Boa tarde! Primeiramente, gostaria de parabeniza-lo pela exposição. Particularmente eu não gosto deste filme, mas concordo que independente da qualidade do roteiro e sua relação com a história, podemos trazer qualquer filme e abordar questões metodológicas, pedagógicas e relacionar com a história. A minha pergunta é: Apesar disso tudo, será que nós - atuantes no ensino de história - não deveríamos nos posicionar e realizar seleção mais criteriosa? Tudo bem que eu entendo que podemos trazer uma pedagogia inversa, mas gostaria de ler o posicionamento do sr.

    Abraço.
    Thalles Henrique Batista

    ResponderExcluir
  9. Boa tarde, Thalles. Eu também não gosto desse filme. Mas mesmo assim, não há como negar que filmes ruins também servem para o ensino de história. E quando eu digo ruim não estou menosprezando o filme Deuses do Egito. Pelo contrário, o filme é muito produtivo por conta da capacidade que ele apresenta de nos levar a uma época remotíssima. A abertura do filme é de encher os olhos, mas o roteiro deturpou toda a mística sobre Hórus e Seth. Mas isso é bom, pois podemos apontar um exemplo de como utilizar uma fonte ruim, transformando-a em uma aula boa, fazendo com que nossos alunos façam parte da construção de seu próprio saber. Concorda? Um abraço.

    ResponderExcluir
  10. Boa tarde, parabéns pelo texto. O assunto é bastante pertinente se levarmos em conta os dias atuais, em que é praticamente impossível pegar um aluno digamos "cru" em questão de conceitos, como você bem ressaltou no texto, quase sempre eles já vem com uma ideia predefinida na bagagem, e grande parte disso se baseia na "cultura pop" como filmes, videogames. Mas a questão que queria que você falasse um pouco sobre é a da utilização ainda de atores, em grande parte brancos, para os papéis e como nós professores podemos trabalhar ou driblar essa problemática? Como preparar o aluno para analisar criteriosamente a obra?

    SUZANA ALVES DE SOUSA

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, Suzana. Ótimo. esse questionamento seria fantástico para trabalharmos a questão do eurocentrismo e etnocentrismo tão presentes em sociedades não-europeias nos séculos XIX. E hoje poderia ser utilizada em relação a hegemonia da cultura pop norte-americana. Seria uma ótima discussão, tentando desenvolver a identidade social dos alunos. No caso do filme Deuses do Egito as críticas da imprensa na época do lançamento do filme seriam uma ótima ferramenta para a discussão. Obrigado.

      Excluir
    2. À propósito, as ideologias do texto fílmico devem ser trabalhados também. essa semana estava assistindo o filme The Doors, do Oliver Stone, e percebi, depois de assistir esse filme pelo menos umas vinte vezes desde 1991, que em uma cena, o diretor tenta (conscientemente ou inconscientemente) ligar a figura de Jim Morrison à figura de Jesus. Há muita matéria a ser questionada e discutida quando se propõe utilizar filmes na sala de aula. Um abraço.

      Excluir
  11. Boa noite, Gabriela. Como você bem disse, o cinema pode ser uma ótima ferramenta adicional no ensino de história. Daniel Rodrigues de Lima, no artigo CINEMA E HISTÓRIA: O FILME COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO/APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA (Revista Historiador de janeiro de 2015) coloca que "É preciso estar ciente que um filme ou qualquer outro recurso didático não resolve os problemas no processo de ensino/aprendizagem por si só, mas pode ser um material que se bem organizado e trabalhado pelo professor, pode contribuir para bons resultados."
    Uma boa forma de relacionar pesquisa com mídia fílmica (filme de ficção ou documentário) seria estimulando a construção do saber pelo próprio aluno. Uma pesquisa sobre o tema antes ou uma apresentação sobre o tema depois serviria para os alunos aprofundarem os estudos sobre o tema. O filme serviria como fomentador das discussões. Obrigado por sua participaçao e um grande abraço.

    ResponderExcluir
  12. Boa noite Marcelo.
    Gostei bastante do seu texto e concordo com você ao argumentar que o filme é um ótimo instrumento pedagógico. Eu mesma, sempre me interessei pelos cenários egípcios que são trazidos nessas produções cinematográficas. Entretanto minha duvida é: até que ponto se torna negativo para nós historiadores, levar em conta esses esteriótipos sobre a cultura egípcia que são construídos nesses filmes?
    Seria legal saber sua opinião.
    Agradeço.
    Cibele Raffaelly.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bom dia, Cibele. Na minha opinião esses estereótipos criados, principalmente pelo cinema de Hollywood, servem para mostrarmos aos nossos alunos o olhar do outro sobre nós. Afinal de contas, esses estereótipos não foram criados somente sobre o homem ou a mulher orientais. O Brasil é sempre representado de forma preconceituosa, desde os idos de Carmem Miranda, representando-nos como uma República das bananas. Como disse, se o filme é bom ele serve como ferramenta pedagógica. Se o filme não é bom, às vezes, serve até mais. Um grande abraço.

      Excluir
  13. Olá Marcelo
    Parabéns pelo seu texto, tem claro e com ótimo conteúdo.
    Sou professor dos anos finais do Ensino Fundamental e trabalho vários filmes sobre alguns temas.
    Esse filme visualmente é muito atrativo para os alunos, tanto é que muitos já assistiram por interesse.
    Bem como você mencionou mesmo contendo erros, o filme pode ser trabalhado nas aulas, com o que há de correto, como o que está incorreto.
    Vou dar mais atenção a esse filme e seguir as orientações expostas por você.
    Marcelo você já trabalhou outros filmes sobre História e sua utilização na sala de aula?

    Anderson da Silva Schmitt

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Anderson. Qualquer filme pode ser utilizado em sala de aula, seja para construir ou desconstruir conceitos. Doa a sugestão de trabalhar A guerra do fogo (1981) com a temática sociedades pré-históricas; Linha do tempo (2003) para a Guerra dos Cem Anos; Joana d'Arc (1948) sobre religiosidade no medievo; O nome da rosa (1986) para tratar a misoginia no medievo, bem como os conceitos preconceituosos sobre a Idade Média; Pra frente, Brasil (1982) sobre regime militar, AI-5 e redemocratização política. Se me permite vou deixar alguns links para você, sobre esses temas:
      https://midisimpohis2018.blogspot.com/p/ensino-de-historia-e-cinema-pre.html?showComment=1523376152549
      http://sofamasul.blogspot.com/p/tematicas-erepresentacoes.html

      Excluir
  14. Marcelo, parabéns pelo ensaio, gostei muito. Considero a linguagem fílmica parte das fontes iconográficas. Trata-se de ótimo recurso para o professor, que assim como outros, auxilia, sem jamais substituir. Poder contar com a linguagem fílmica sobre o Egito Antigo, assunto que por si só já desperta o interesse dos alunos, torna ainda mais atraente e envolvedor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E verdade, Joseane. O fascínio que o Egito Antigo causa no mundo ocidental é imenso. As tecnologias empregadas no desenvolvimento de filmes e games só aguçam a curiosidade sobre o tema. A utilização de filmes sobre a temática cria no aluno o interesse pela pesquisa. Obrigado.

      Excluir
  15. "Levado pela inveja, Seth assassina Osíris, tomando-lhe o trono. Ísis recolhe o corpo de Osíris, o que faz com que Seth resolva esquarteja-lo e espalhá-lo por todo o Egito. Isís recupera as partes do corpo de Osíris, exceto o seu falo, e com a ajuda de Anúbis ressuscita-o por um momento, suficiente para fecundá-la." Olá, você.poderia me explicar como neste trecho do texto Osíris fecunda Ísis se a mesma não encontrou se falo?
    Heitor Luciano Mendonça

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, Heitor. Segundo Poliane Vasconi dos Santos, em sua dissertação de mestrado, intitulada "Religião e sociedade no Egito antigo: uma leitura do mito de Ísis e Osíris na obra de Plutarco (I d.C.)", o fato do falo não ter sido recuperado não impede a fecundação de Ísis, sendo um ritual mágico, e não sexual. Segundo as palavras da autora, "[...] Anúbis conhecendo a arte secreta de impedir que os corpos apodreçam, reconstitui o corpo de Osíris, embalsamando-o. Ísis inscreve fórmulas mágicas sobre suas bandagens e pronuncia diversos encantamentos, fazendo de Osíris a primeira múmia. Transformada em um falcão, Ísis cria o sopro da vida com suas asas, fazendo com que Osíris reviva e consiga fecundá-la, gerando um sucessor. Assim, Osíris não podendo mais voltar a vida terrestre e reinar nesse mundo, desce ao Duat ou Mundo dos Mortos para reinar como Senhor da Eternidade" (SANTOS, 2003, p. 41). Importante lembrar que em várias outras religiões a concepção divina não está atrelada ao coito, vide o exemplo do cristianismo.

      Excluir
  16. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  17. Olá! Parabéns pelo artigo, realmente uma excelente reflexão sobre o uso de filmes e outras mídias para o ensino de História. Concordo com você: o filme é sim muito interessante, mesmo que a crítica não tenha aprovado. A minha pergunta é: quais fontes sobre o Egito Antigo seriam mais apropriadas para tratar em sala de aula e contextualizar o filme? Penso que dependendo da idade dos alunos, devemos buscar apoio em fontes com uma linguagem mais acessível.
    Júlia Brown Rodrigues Adorne

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Júlia. Concordo com você. Os textos a serem trabalhados na discussão dependem da idade e, consequentemente, da maturidade da leitura dos alunos que irão trabalhar o filme na sala de aula. Deuses do Egito, especificamente, cairia bem com uma pesquisa sobre o mito de Hórus e Seth, ou sobre o próprio Osíris. O próprio professor poderia elaborar um texto apropriado a partir de artigos acadêmicos ou incentivar uma pesquisa a ser realizada pelo próprio aluno, incentivando-o a produzir um trabalho sobre o assunto com as próprias colocações e palavras.

      Excluir
  18. Acredito que filmes históricos associados ao assunto ministrado pelo professor em sala de aula, contribua no processo de ensino-aprendizagem até porque despertam nos alunos o interesse pelo estudo e pesquisa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Anderson. Concordo com você e vou mais além. Todo filme pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que não só o tempo retratado, mas, principalmente, a época que foi produzido o filme, conta algo sobre a sociedade que o produziu. Um grande abraço.

      Excluir
  19. olá, Marcelo, sou Graduando em História e um amante do cinema assumido rs, e o que mais estou vendo nesses anos de academia é o quao importante é usarmos diferentes mídias como ferramenta de ensino e aprendizagens para o ensino de historia, a exemplos de filmes, e achei muito bacana teu texto por se tratar muito bem sobre esse ponto. mas, gostaria de saber um POUCO mais sobre como diferenciar em um filme algumas controvérsia que ele trás, e o interesse que tem por trás, pois acredito que é muito bom trazer para sala de aula não apenas a historia o tempo mas sim também como foi produzido, para também fomentar o senso critico dos alunos, COMO você sugere que façamos isso para que não fique massante e não fuja do nosso objetivo como professores?
    Allef mateus reis de Souza

    ResponderExcluir
  20. Olá, Mateus. Importante que se diga: qualquer filme sempre trará alguma controvérsia e/ou ideologia. Sempre. Entretanto, o que diferencia um espectador comum de um espectador crítico (e aqui incluo nós, professores de História) é a capacidade de ler nas entrelinhas do texto fílmico. Segundo Ferro, Trotsky já havia descoberto o potencial ideológico do cinema na década de 1920. Os professores reclamam que os alunos não se interessam pela aula de História. Então, por que não envolvê-los na pesquisa histórica? Por que não utilizarmos ferramentas que incentivem a participação? A mídia fílmica, acredito eu, cumpre muito bem essas duas questões que lancei pra você. Existem bons livros que apontam ótimas dicas sobre a utilização do cinema na sala de aula. Um deles é "Como usar o cinema na sala de aula" de marcos Napolitano, que trata não só de História, mas de outras disciplinas. Um grande abraço.

    ResponderExcluir
  21. olá parabéns pelo texto, sabemos que as vezes se é complicado trabalhar filme em sala de aula e se tem também toda uma preocupação com o objetivo que essa aula irá atingir, você recomenda uma preparação de um roteiro antes da aplicação desse método? e como você pretenderia trabalhar com a civilização egípcia em sala, em relação a etnia já que os filmes hollywoodianos trazem uma perspectiva errônea?

    Att: Camila Nascimento de Amorim.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Camila. Recomendo uma preparação antes da exibição, sim. É mais produtivo se o aluno tiver um contato prévio com a temática, sabendo inclusive o que você, como professor, espera que ele absorva com a exibição, e, posteriormente, uma discussão - que pode ser objetivada por meio de apresentação de trabalhos, por exemplo. Em relação ao trabalho com a civilização egípcia e seus estereótipos hollywoodianos , poderíamos encarar a problemática estimulando os alunos a trabalharem a questão do "outro", tão bem explicitado por Todorov em "A conquista da América". Existem muitas formas de se trabalhar com o cinema na sala de aula. Espero ter ajudado. Obrigado por sua participação.

      Excluir
  22. Boa tarde! Primeiramente parabéns pelo seu trabalho, eu achei bem esclarecedor e objetivo. Também acho interessante a ideia de trabalhar com cinema na sala de aula, pois é uma forma de auxiliar o entendimento. Gostaria de saber indicações de leitura sobre a mitologia egípcia, que retraratam as características dos deuses.
    Desde já, agradeço.
    Milena Silvério Ferreira.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa tarde, Milena. Obrigado por sua participação. Dentre as fontes que utilizei recomendo "Deuses, múmias e ziggurats: uma comparação das religiões antigas do Egito e da Mesopotâmia" de CARDOSO, Ciro Flamarion Cardoso, além de "As divindades egípcias. Uma chave para a compreensão do Egito Antigo" José das Candeias Sales, e a dissertação Poliane Vasconi dos Santos, sob o título de "Religião e sociedade no Egito antigo: uma leitura do mito de Ísis e Osíris na obra de Plutarco (I d.C.)". Boa leitura.

      Excluir
  23. Olá, boa tarde. Parabéns pelo texto, Marcelo.
    Concordo com você quanto a importância do trabalho com fontes fílmica nas aulas história e que estas contribuem para que o conteúdo seja mais atrativo e que tenhamos mais participação dos estudantes.
    Uma vez, trabalhando o Egito Antigo com uma turma de 6 ano, percebi que, inicialmente, os estudantes possuíam uma visão muito negativa da África, associando-a a fome, a doenças, a pobreza. As ideias mais positivas eram limitadas a fauna africana. Muitos alunos nem sabiam que o Egito ficava no continente africano.
    Vi que você já ressaltou em outras respostas as questões ideológicas que cercam toda a produção dos filmes, que são produtos do seu tempo e espaço, assim como as questões acerca do etnocentrismo, que devem sempre ser pontuadas, buscando explicar a atuação majoritária de atores brancos.
    A questão que gostaria de colocar, é se esses filmes, mesmo sendo contrapostos a outras fontes, podem contribuir realmente para a positivação da África no ideário dos estudantes.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acabei esquecendo de assinar.

      Desculpe e obrigada.

      Camila Chueire Caldas

      Excluir
    2. Boa tarde, Camila. Com certeza. Que tal utilizarmos a obra para negativarmos seu discurso carregado de preconceitos e estereótipos, desconstruindo-o? Só devemos evitar o uso dos filmes na aula de história como ilustração, pois aquela representação pode ser uma ideia do acontecido, mas não o acontecido em si. Obrigado.

      Excluir
  24. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  25. Olá, Marcelo. Parabéns pelo texto. O assunto abordado no texto, cinema, é primordial na sala de aula. Haja vista que por meio de filmes, o aluno independente da escola,e consequentemente da forma como o professor irá ministrar a aula, será e fará da aula um atrativo a mais. Pois o filme formará um ensino-aprendizagem,com um alto grau de conhecimento e, assim o aluno conseguirá interagir de uma maneira mais espontânea, além do mais a sala terá um alto índice de participação coletiva.

    Valéria Cristina da Silva

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, Valéria. A utilização de filmes na sala de aula, especialmente em História, permite uma participação maior, por parte do corpo discente. O objetivo é trazer os alunos para a discussão, estimulando a curiosidade e a participação na aula. Obrigado pela participação.

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.