Maura Regina Petruski

PALETAS EGÍPCIAS: ARTE E HISTÓRIA

Desde a antiguidade o mundo egípcio construído às margens do rio Nilo despertou o fascínio de outras sociedades. Gregos, romanos, imperadores, reis e colecionadores viajaram pela terra dos faraós em busca de objetos dessa cultura.

Tal interesse centrado em motivações distintas, fez com que ao longo de séculos uma mentalidade exploratória contribuísse para que um verdadeiro saque se desencadeasse nesse território, culminando com que exemplares de papiros, adornos, múmias, esculturas e pinturas fossem espalhados aos quatro cantos do mundo.

Contudo, foi durante o período da Renascença que esse lugar se tornou rota de expedições que culminou com a retirada de artefatos que passaram a compor o conjunto de coleções particulares de antiquarias e mais tarde museológicas.

A esse respeito, Rosalie David, escreveu que,

“como resultado do intenso interesse em adquirir antiguidades desde a Renascença, os colecionadores estrangeiros começaram a conduzir suas próprias escavações no Egito. Incrivelmente, muitos conseguiam autorização dos administradores turcos para remover artefatos de dentro das tumbas e arrancar decorações e inscrições das paredes dos templos; acelerando dessa forma a “caça ao tesouro”, com escavadores de diferentes países que competiam para adquirir os artigos mais valiosos” (1999, p. 8).

Mediante essa situação, muitos viajantes deixaram seu nome ligado a história dessa sociedade, não somente na perspectiva de comercialização das relíquias apropriadas mas, também, por intermédio de produções escritas quando registraram impressões sobre a cultura egípcia ao descreverem suas viagens e vivências na terra dos faraós, inclusive algumas delas com ilustrações da fauna, flora, monumentos e artefatos, e, nesse caso, aparecem os nomes de Pietro dela Valle (1586-1632), Richard Pococke (1704-1765), Frederik L. Norden (1704-1742) e Giovanni Battista Belzoni (1778- 1823).

Não obstante, trilhando por um caminho oposto ao descrito acima, mas que de certa forma também pode ser considerada como referência de ligação e que marcou presenças no mundo construído às margens do Nilo, foram as inscrições de seus nomes grafados em vários monumentos como templos e pirâmides, além de muros e outras edificações. Gustave Flaubert, romancista francês que visitou o Egito entre 1849 e 1850, mencionou esse aspecto, dizendo que a ação era um indicativo de posse por parte dos exploradores.  De acordo Natália N. Junqueira, a atitude está relacionada a crença de que, “os monumentos e a história dessa sociedade lhes pertenciam e que, portanto, poderiam removê-los para as cidades europeias – como o obelisco que está em Paris – complementando o acervo dos museus europeus” (2008, p. 255).

Como desdobramento dessas expedições temos outro grupo de pessoas que se deslocaram à terra dos faraós, os intelectuais, porém, os interesses dos componentes desse segmento eram diferentes dos que os antecederam, na medida que foram em busca de conhecimento, ou seja, missão com caráter científico e cunho acadêmico, além de que, contavam com o financiamento de líderes das nações europeias, e é nesse contexto que pode ser apresentada a campanha de Napoleão Bonaparte no final do século XIX, a qual revelou a grandiosidade da cultura egípcia.

As Paletas
Os artefatos egípcios foram produzidos sob diversificados suportes que transitavam entre madeira, pedras e metais, mas, independentemente de seu material constitutivo, sempre chamaram à atenção pela sua perfeição e singularidade estética, visto que os signos eram carregados de talhes e traços que atestam a maestria dessa sociedade na arte de fabricação.

Executados sob formas variáveis, suas funções perpassavam entre aspectos utilitários e simbólicos, ao mesmo tempo que proporcionaram materialidade a valores, crenças e concepções de mundo dos nilóticos.

As mãos de hábeis e anônimos artesãos perpetuaram um estilo ao fixarem um sistema de representação dada a especificidade de seu trabalho quando imprimiram um modo de fazer.
Tais artefatos são importantes fontes de informação que documentaram as transformações culturais dessa sociedade, sendo as paletas um exemplo disso, porque mesmo pequenas em tamanho, pois oscilavam entre dois a setenta centímetros de comprimento, tornaram-se grandiosas no que se refere a sua potencialidade reveladora como instrumento de conhecimento.

As paletas, são utensílios carregados de história cuja produção centrou-se no período pré-dinástico, momento que estruturava-se os princípios de um Estado unificado às margens do rio Nilo e uma transformação cultural estava em andamento.

Os primeiros exemplares confeccionados reportam ao período Badariense (4.500-4.000 a.C), contudo, foi na fase de Nagada I (4.000-3.500 a.C.) que a produção proliferou, tanto em escala quanto diversificação atingindo seu apogeu em Nagada II (3.500-3.200 a.C.). Porém, a presença desse artefato vai gradativamente desaparecendo do registro arqueológico no curso da primeira dinastia quando, a partir de então, não foram encontrados mais exemplares em solo egípcio.

Alice Stevenson aponta como justificativa para a não mais fabricação desses objetos a origem da matéria-prima, ao afirmar que ela passou a ser explorada e apropriada pela elite para outros fins, entre outras coisas na produção de pulseiras, vasos de pedra e, particularmente, nas paletas cerimoniais (2005, p. 157).

As análises sobre os materiais utilizados para a produção constataram variação entre xisto, ardósia, calcite e anfibolito, sendo que o Museu de Arqueologia e Antropologia de Cambridge foi um dos locais que se dedicou a desenvolver pesquisas nesta direção, se atendo a observar a composição básica bem como a procedência.

O processo de diagnóstico para ter acesso a essa informação foi gerado a partir da coleta de amostras de matéria-prima de várias partes do território egípcio as quais foram comparadas com as das paletas, e o resultado obtido foi que a grande maioria das rochas empregadas na confecção eram originárias da região desértica oriental do curso do Nilo, Wadi Hammamat, distante noventa quilômetros aproximadamente dessa via fluvial (Stevenson, 2005, p. 157).

Todavia, referente ao resultado alcançado pelos pesquisadores, Stevenson afirma que a preferência a essa tipologia de material pode ter residido visualmente nas qualidades perceptíveis contidas em biografias baseadas em lugares, e na relevância do simbolismo da sua cor, na medida que, segundo a autora,

“muito mais tarde na história egípcia a rocha do Wadi Hammamat foi especificamente distinguido pelo nome de Bekhen, e sua importância é aparente a partir de expedições, como a realizada por Ramsés IV, para extrair esta pedra. Seu apelo pode ter derivado da qualidade cinza-esverdeada da pedra, verde tendo conotações positivas de fertilidade e crescimento” (2005, p. 159).  

Quanto ao formato das paletas, pode-se dizer que não havia um modelo único a ser seguido, e que passaram por mudanças ao longo de sua fabricação, como pode ser constatado pelos exemplares que estão expostos em vários museus, sendo que o Museu do Cairo é o que possui o maior número de exemplares.

Durante a cultura Badari eram executadas com predomínio da forma retangular e a espessura não passava de cinco a seis milímetros. Já na fase de Nagada I, verifica-se o aumento de sua produção, ao mesmo tempo que o aprimoramento foi um quesito buscado. Seguiram a forma romboidal e sofreram variação de tamanho, sendo que algumas revelaram em sua extremidade um estilo decorativo em contorno de aves ou chifres. Os exemplares diminutos confeccionados nesse período, e também de Nagada II, foram se distinguindo das maiores, recebendo a designação por parte de especialistas de ‘ardósia mágica’, devido ao fato de não terem função utilitária, apenas simbólica, muito embora sejam do mesmo desenho e material como suas contrapartes de tamanho normal (Petrie, 1921, p.39).

No período de Nagada II, as características prevalecentes na fase inicial foram desaparecendo e cederam lugar a configuração animalista ou zoomórfica, quando imagens de patos, bovinos, falcões, tartarugas moldavam a peça, seja de corpo inteiro ou somente no formato da cabeça dos animais. Preferencialmente, a representação do peixe foi hegemônica se comparada aos demais, juntamente com exemplos em forma de escudo, sendo esse decorado com cabeças de aves antiteticamente viradas (Stevenson, 2005, p. 159).

O estilo geométrico (ovais, quadradas, circulares, romboidais) incorporou-se durante a fase de Nagada III, predominando o retilíneo, sendo em menor extensão as formas circulares e oviformes. Nessa temporalidade,

“dentro do contexto da realeza emergente, as paletas eram apropriados como veículos para transmitir o ideologia e iconografia de uma pequena decisão elite. Habilmente esculpida em relevo elaborado, são referidas como cerimoniais e compartilham semelhanças estilísticas com outros objetos cerimoniais, como capas de facas e cabeças de maças” (Stevenson, 2005, p. 156).

Luiz Manuel Araújo, nos lembra que,

“Nota-se na feitura das paletas uma propensão para a busca de simetria e do jogo harmonioso das formas, anunciando-se já na fase pré-histórica aquilo que depois o artista egípcio iria traduzir nas representações escultóricas e no fabrico de uma infinidade de objetos decorativos: o respeito canônico pela ‘lei da frontalidade’, mas também um pendor maético na busca, quase maníaca,  do equilíbrio formal e da fruição de uma estética muito própria da produção artística das Duas Terras, fazendo com que os seus objetos não se confundam com os de qualquer outra civilização” (1994, p.394).  

As explorações arqueológicas em solo egípcio revelaram que esses artefatos eram originários de locais de enterramento seguido, minoritariamente, por áreas de espaços templários. Em relação a esse indicativo de presença não se pode afirmar categoricamente que o mesmo fosse um item obrigatório no processo de sepultamento, na medida que cerca de 15% das sepulturas escavadas do período pré-dinástico continham paletas em seu interior (Stevenson, 2005, p. 154).

Ademais, outro ponto que deve ser levado em consideração e servir de parâmetro para análise, está relacionado aos saques efetuados aos sítios egípcios, visto que ao longo do tempo inúmeros foram explorados e peças foram retiradas, quando não, perdidas durante o translado ou, ainda, colocadas em outros lugares que não os originais.

Também necessita ser observado que sua concentração se dava em locais que foram sepultadas pessoas de nível médio, muito embora, nos estágios finais do período pré-dinástico e início da primeira dinastia, mudanças ocorreram nessa perspectiva, pois exemplares foram encontrados em sítios de pessoas de diferentes poder aquisitivo. Diante dessa evidência, não se recomenda que esse objeto seja apresentado exclusivamente como elemento identificador de riqueza e status social, como foi empregado durante algum tempo.

Essa diretriz de leitura foi desenvolvida por Lúcia Perea que apresentou as paletas como objetos definidores de alto grau de status social, denominando-as de ‘insígnias de status’ ou ‘símbolos de autoridade’ visto que fizeram parte do convívio das elites e compunham o seu acervo mortuário ( 2017, p 243).

Vale lembrar que essas peças se fizeram presentes em túmulos tanto crianças como de adultos e, geralmente, eram colocadas perto das mãos e rosto do falecido, sendo mais comum nos túmulos femininos, muito embora não estejam exclusivamente a elas associadas.

As interpretações entre os estudiosos sobre essa produção egípcia seguiram caminhos diferentes ao longo do tempo, sendo inicialmente explicadas de maneira meramente descritiva, focando-se na tipologia, cronologia e "função" básica (Regner 1996) ou, ainda, especulativa, centrando-se nos "significados" simbólicos das diferentes formas e desenhos de paleta (Largacha 1986).

Marcelo Campagno, se dedicou a estudar as imagens da Paleta de Hierakômpolis, também conhecida como a Paleta dos Dois Cães, confeccionada a partir de elementos zoomórificos que mostra animais mitológicos. A análise apresentada pelo autor se encaminha para compreender dois princípios antagônicos que estiveram presentes na cultura egípcia, o Caos e a Ordem, que eram estabelecidos pela figura do faraó. De acordo com o autor, “está incluso nos documentos estatais mais antigos, que o monarca era apresentado como o superador do caos e garantidor da ordem” (1996, p.158)


In: CAMPAGNO, M. 1996, p.158.

 Para o autor,

“essa referência é possível ser identificada quando se observa o motivo iconográfico desse artefatos onde o herói está dominando os animais, em que a figura masculina, que poderia ser a imagem de um rei, se interpõe entre grandes animais simetricamente opostos, alcançando a harmonia inerente no verdadeiro ponto de detenção da luta” (Campagno, 1996, p. 152).

Contudo, a Paleta de Narmer encontrada no ano de 1898, na cidade de Hierakômpolis, pelo britânico James E. Quibell, é outro exemplo significativo e amplamente conhecido dessa tipologia de artefato, cuja leitura se encaminha para narrar o processo de unificação do Alto e Baixo Egito, o que faz com que seja apresentada como objeto cerimonial e de cunho político.

https://www.siatours.com/home/blog/paleta-narmer/

Por fim, pode-se concluir que esses componentes da cultura material  expressam valores de uma sociedade e trazem à tona teias culturais de um determinado espaço e tempo.


Referências

Maura Regina Petruski. Doutora em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Integrante do corpo docente da Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em História da UEPG e do Mestrado Profissional em Ensino de História da UEPG.
Email: mrpetruski@gmail.com


ARAÚJO, Luiz Manuel. Paletas egípcias pré-dinásticas do Museu Nacional de Arqueologia. O Arqueólogo Português,  Série IV, 11/12, 1994, p.391-402.

CAMPAGNO, Marcelo. Caos y Orden acerca de las paletas del Predinástico Tardio. Aula Orientalis 14. 1996, p. 151-162.

JUNQUEIRA, N. M. Uma viagem ao antigo Egito: a relação entre presente e passado na narrativa de bordo de Gustave Flaubert. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 48/49, p. 245-264, 2008.

LAGARCHA, Antonio Perez. La Paleta de Narmer y el Vaso de Uruk. Ejemplos de la memoria cultural em los processos formativos el estado Egipto y Uruk. BAEDE, Boletín de la Asociación Española de Egiptología, n. 21, 2012, págs. 53-68.

PEREA, Lúcia Cabiedas. Las paletas prédinásticas egípcias como problema histórico. V Congresso Ibérico de Egiptologia, 2017.  243-256.

PETRIE, W.  Corpus of Prehistoric Pottery and Palettes. British School of Archaeology in Egypt, London. 1921.

DAVIS, Rosalie.  Handbook to life in Ancient Egypt. New York: Oxford University Press, 1992.

Regner, C.  Schminkpaletten. Otto Harrassowitz, Wiesbaden. 1996.

STEVENSON, Alice. The Material Significance of Predynastic and Early Dynastic Palettes. Current Research in Egyptology, 2005.


20 comentários:

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  2. Porque os europeus tinham a crença de que os monumentos e a história da sociedade egipcia lhes pertenciam?
    gabriela nascimento da silva

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    1. A cultura egípcia sempre chamou à atenção do mundo europeu, independente de temporalidade principalmente pelo desconhecimento sobre seu real significado isso fazia com que cada vez mais despertasse interesse. Outro ponto é que o Egito se transformou em colônia romana que, automaticamente, assumiu o direito de explorar tudo que pertencia aos egípcios.

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  3. É fascinante a forma como Antigos Egípcios confeccionavam seus objetos. É uma pena que muitos artefatos foram perdidos ao longo dos anos.

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    1. Olá! Além de perdidos foram destruídos durante a própria exploração pois havia o desconhecimento sobre os cuidados com essas peças, manuseio e transporte.

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  4. Muito interessante e pertinente seu texto, visto que eu pouco tenho leituras sobre este tema. Porém, dentro de minha reflrxão, gostaria de saber quais outras sociedades antigas orientais também expressaram a partir da cultura material, valores de sua sociedade? Ou só pode-se depreender isso do Egito?

    Rayssa Eutália Gurjão Coutinho Borges

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    1. Olá, bom dia! De certa forma, todas as culturas orientais se utilizaram dessa prática. Essa era uma forma de perpetuar a memória da sua sociedade, haja vista que somente através da oralidade isso não se sustentava. Outro aspecto era que a escrita não era utilizada por todos, assim esse instrumento também era secundário como forma de manutenção de memória.
      A cultura material também pode ser observada como elemento de poder, para tanto, basta ver as edificações e monumentos que foram construídos, não só no Egito, mas entre os assírios, babilônicos.

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  5. Doutora Maria Regina Petruski muito interessante seu ensaio, gostaria de lhe parabenizar tanto pela narrativa suavemente construída, quanto pela própria temática abordada, e lhe fazer uma pergunta. A cerca das paletas que se encontravam presentes nas câmaras mortuárias, e que mesmo estando neste local assim como a senhora coloca, não podem ser consideradas como sendo um dos elementos próprios do enterramento, eu gostaria de saber se as inscrições presentes nestas paletas apresentavam alguma instrução que o morto deveria seguir para ter uma "vida" plena além túmulo? E se tais incrições detinham alguma relação com o Livro Dos Mortos egípcio?

    Bianca Maria da Silva Costa

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    1. Olá, boa noite Bianca! Esses artefatos não estavam ligados somente aos locais de enterramento e as perspectivas de morte, essa era apenas uma das utilizações. Temos algumas paletas eram de uso cosmético onde misturavam os produtos para serem aplicados como maquiagem, principalmente na área dos olhos, outras com características de pequenos monumentos simbolizando um momento específico da história dessa sociedade. As representações que foram encontradas nesses objetos são através de desenhos, pois no período que foram utilizados a escrita não havia sido desenvolvida, assim as interpretações sobre os signos presentes não evidenciam uma instrução ligada a morte como você coloca, além de que, a própria crença está se estruturando.Algumas peças continham desenhos ligados a fauna e a flora local, remetendo a ideia de um compartilhamento entre os que viviam e desfrutavam o mesmo ambiente.

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  6. olá, parabéns pelo ensaio, Qual a importância das paletas para os egípcios, além de objetos decorativos das tumbas e relatos sobre a vida do morto, elas tinham alguma importância no ritual pós morte, me refiro se ajudava na passagem para o além mundo?
    Att: Camila Nascimento de Amorim.

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    1. Olá Camila! A perspectiva da crença de imortalidade ainda estava em construção no período que as paletas foram utilizadas. Essa fase ainda é um pouco obscura na história dessa civilização, pois as informações são lacunares na medida que não havia a preocupação com registros, pode-se dizer que ainda está em fase de construção.

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  7. Valéria Cristina da Silva3 de outubro de 2018 às 20:57

    Olá, Doutora Maria Regina Petruski, adorei seu ensaio. Faz um tempo que além de estudar o curso de História, também faço pesquisas sobre a cultura egípcia, e esse assunto abordado sobre as paletas, foi de grande valia para aperfeiçoar meus conhecimentos. Sobre as paletas, uma dúvida; as mesmas eram postas em túmulos apenas dos grandes líderes no qual as mesmas datavam algo em especial do indivíduo, ou também serviam para notificar algo especial que ocorria no determinado período?

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    1. Olá Valéria, boa noite! Não faziam parte dos locais de enterramento de grandes líderes, segmentos inferiores também utilizaram esses objetos. O número de exemplares encontrados ainda é pequeno, e, de certa forma as conclusões sobre elas ainda são preliminares, tanto que algumas leituras são difusas em relação a uma mesma paleta. Temos as paletas comemorativas que passaram a ser utilizadas após unificação, marcando um momento específico ligado a questões políticas.

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  8. Rejane Ferreira dos Santos4 de outubro de 2018 às 08:09

    Como você avalia o sentido de posse dos europeus sobre o patrimônio egípcio, e ainda com autorização para tal exploração,você encara como uma forma de colonização artístico-exploratória? E parabéns pelo trabalho.

    Rejane Ferreira dos Santos

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    1. Olá, Rejane! Olhando pelo viés dos colonizadores, achavam que estavam corretos pois ao assumir o poder político outras instâncias lhes pertenciam também, assim assumiam também esse direito. Não vejo como colonização artístico-exploratória porque a busca pelos artefatos foi uma constante nesse território, mesmo numa fase que não havia dominação por parte dos europeus. Com a presença externa facilitou e ampliou essa prática que não precisava mais ser realizada no 'escuro', embora outros continuassem fazendo na clandestinidade.

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  9. Olá, Maria Regina. Primeiro, gostaria de parabeniza-la pelo texto. Bom, mas partindo para outra perspectiva, gostaria de saber se as paletas possuiam um sentido mistico ou possam ser consideradas amuletos; pois segundo Petrie, W. M. em sua obra Amulets expõem que este itens eram colocados em algumas parte do corpo com um certo proposito mistico.


    ATT. Otavio Vicente Ferreira Neto.

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  10. Boa tarde, Drª Maura Regina Petruski. Inicialmente, parabenizo-la pelo seu trabalho, e gostaria de compartilhar que fiquei muito interessado pelo assunto. É triste se lembrar que a grande parte desses objetos egípcios estão perdidos e que, ainda, muitos são comercializados no "mercado negro". O que me intriga muito sobre a história antiga, mais precisamente sobre o Egito, é que não havia uma grande valorização aos artesões, sendo que não sabemos quem são eles, pois não há assinaturas em suas obras e que na maioria dos casos quem recebe todo crédito é o Rei/Imperador.
    Att.
    Flavio de Souza Júnyor

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  11. Boa tarde novamente, acabei esquecendo de comentar que fiquei curioso, e queria saber por que, durante período de Nagada II, houve um desaparecimento das características iniciais das peças e por que substituiriam as mesmas por animais?
    Att.
    Flavio de Souza Júnyor

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  12. Bom dia professora! Gostaria de perguntar um pouco mais em relação aos aspectos sociais que cerceavam o período de produção das paletas? Já que me pareceu um pouco difuso (no sentido de ser um costume visível em várias esferas da sociedade egípcia) o uso das paletas, sendo uma prática observável em ambas as classes sociais, até que ponto essa difusão do uso das paletas nos permite interpretar sobre como era a situação social, política e econômica do período?

    Isabela de Barros Pletsch

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