Pepita de Souza Afiune

A CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS DECOLONIAIS PARA O ORIENTALISMO DE EDWARD SAID

Introdução
Edward Said foi um palestino que viveu em sua terra e no Egito educado dentro dos pressupostos ocidentais, e depois se mudou para os Estados Unidos.Sofreu preconceito através do racismo e dos estereótipos culturais que se tem aflorado neste país, mas se formou em Princeton e Harvard, o que foi possibilitado pelas condições favorecidas de sua família. Se interessou pelos estudos a respeito dessa fronteira excludente estabelecida entre Ocidente e Oriente.Abolir esse antagonismo seria um desaprendizado necessário para se estabelecer novos tipos de relações.Said (1990) focou seus estudos na análise destes encontros culturais como formas de sustentação de um olhar imperialista e atribuição de uma imagem de exotismo a tudo aquilo conhecido como oriental. Compreendendo essa atribuição de significações ao Oriente como uma reminiscência da herança colonial,atribuímos aos estudos decoloniais o protagonismo de uma análise do Pós-colonialismo,suas próprias bases, propondo um desprendimento epistemológico.De tal modo, a Decolonialidade emerge como um enriquecimento dos estudos pós-coloniais, sem deixar de mostrar a importância que eles tiveram no âmbito de seu contexto histórico.

O Orientalismo e os estudos decoloniais
O Orientalismo remonta às práticas ocidentais ao apreenderem os povos do Leste associando-os ao exótico, ao mágico e ao mistério, ao mesmo tempo que não enxerga a sua heterogeneidade.O Oriente é uma criação, uma tradição de pensamento e representação.As duas entidades geográficas (Ocidente e Oriente), desse modo, apoiam e, em certa medida, refletem uma à outra (SAID, 1990, p. 16).

Essa tradição se fez presente desde a literatura de viagem e os romances, dentro dos quais podemos destacar Shakespeare, Byron, Pope, entre outros, que aplicaram o termo “oriental” para designar geograficamente os povos da Ásia ou do Leste, determinando-os culturalmente e moralmente. Toda essa produção no campo literário alocou o Oriente ao campo simbólico, evocando a imaginação europeia. O Orientalismo se expandiu no meio científico através de muitos periódicos e as especializações na área.

O Oriente foi orientalizado, assim como Flaubert representou Kuchuk Hanem, uma cortesã egípcia que o escritor conheceu, criando um modelo de mulher oriental, mas sem deixar que ela falasse por si mesma. Ele relatou sobre suas emoções e a sua história, cunhando um modelo típico de mulher oriental. Esse exemplo citado por Said (1990) representa a relação de poder estabelecida entre Ocidente e Oriente. A partir da análise das estruturas de poder de Foucault, Said entende o Orientalismo como uma teia de relações de poder, seja o poder político, intelectual, cultural, econômico e moral.

Said não acredita em uma desfiguração do Oriente, mas em uma criação de representações. Toda representação tem um propósito, conforme uma tendência contemporânea. Quer dizer, o Orientalismo cria representações do Oriente fornecendo imagens que são necessárias naquele específico momento, ilustra uma concepção de um Oriente ideal para si, ou o que ele acha que o Oriente deveria ser.

O Orientalismo desta forma é o reflexo de uma cisão mundial entre duas regiões antagônicas. Essa relação começou com o próprio conhecimento que o Ocidente estabeleceu a respeito do Oriente através de viagens de descobrimentos, contatos por comércio, estudos científicos, e a literatura produzida por romancistas e viajantes.

Alejandro Haber ao analisar a conjuntura da colonialidade europeia sobre os países asiáticos, africanos e americanos, entende que nesse processo houve a criação de um discurso ocidental sobre “o outro”, isto é, o outro só é visível na sombra que o Ocidente projetou. O Ocidente criou uma imagem do Oriente, então podemos entender que a dominação também ocorreu no campo das representações. O Oriente foi criado para que o Ocidente se definisse em contraposição à sua imagem, estabelecendo um antagonismo (os povos orientais são bárbaros e os ocidentais civilizados)(Haber, 2011, p. 06).

Said (1990) cita o exemplo do Egito, querecebia adjetivações divergentes entre os franceses e os ingleses. Os britânicos, entendiam o Egito como o seu próprio quintal, isto é, uma extensão da Europa, mas que antes, precisava ser dominada. Uma região que necessitou de sua educação, de sua civilidade. Assim, toda a conquista francesa no Egito foi sufocada, dando lugar à dominação britânica.Já os franceses, por haverem perdido o seu espaço, enxergavam o Egito de forma imaginativa, um Oriente de memórias, ruínas, mistérios. A própria Egiptologia surgiu na França, originada pelos estudos de Chapollion e toda a contribuição de suas descobertas a partir dos estudos da pedra de Roseta. Portanto, seriam os franceses fantasiosos e os britânicos políticos. Lord Cromer havia comparado os franceses a uma donzela encantada, inexperiente e iludida, e os ingleses a uma mulher de idade, com fortes valores morais e experiente. Independente destas representações se divergirem, a questão é que elas se mantiveram dentro da matriz colonial de poder.

A ocupação do império britânico no Egito em 1882 foi estimulada pelo interesse no Canal de Suez, que interligava o Oriente ao Mar Mediterrâneo, e pelo algodão. Lord Cromer entendia os egípcios e os indianos como se todos fossem iguais,desconsiderando as suas especificidades. O problema é que esse presumido “conhecimento” dos povos por parte de Cromer, pressupunha uma superioridade intelectual dos ocidentais sobre os orientais, sendo os últimos, povos desprovidos de pensamento lógico e racional, energia e iniciativa, dados a intriga, mentira e letargia, totalmente opostos à “nobreza europeia”. Assim, Cromer “delineava a relação entre a Inglaterra e o Oriente em termos de posse, em termos de um grande espaço geográfico inteiramente possuído por um eficiente senhor colonial” (SAID, 1990, p. 220).

Após a Segunda Guerra Mundial o imperialismo se deslocou da Europa para os Estados Unidos. Cresceu o interesse norte-americano pelo Oriente, como podemos perceber no aumento dos estudos orientalistas nas universidades e os interesses políticos e econômicos pelos países considerados dentro dessa determinação geopolítica.

A partir destas análises de Said (1990) podemos propor a importância do pensamento decolonial nos debates a respeito do Orientalismo, que de acordo Walter Mignolo (2007, p. 27-28) surgiu a partir da modernidade, como uma reação à dominação europeia nos continentes americano, africano e asiático. Após as independências africanas e asiáticas no início do século XX houve uma turbulência de movimentos em prol da descolonização, o que também foi impulsionado pela Conferência de Bandung (1955). Mas somente após a Guerra Fria com o seu resultado consolidado, o pensamento decolonial começou a traçar sua própria genealogia.

Na década de noventa surgiu um grupo de pensadores latino-americanos inspirados pelos debates pós-coloniais que criou o Grupo Latino-Americano de Estudos Subalternos no ano de 1993. Mas ocorreu uma ruptura dentro deste grupo, pois muitos intelectuais viviam nos Estados Unidos e reproduziam a sua epistemologia. Surgiu assim, mais uma inquietação, entendendo que os países latino-americanos estariam se libertando de suas amarras coloniais europeias, porém, mantinham-se presos dentro de uma nova forma de dominação que surgira recentemente na História, o imperialismo norte-americano.

O giro epistêmico decolonial surgiu como uma consequência da formação e implantação da matriz colonial de poder. Na verdade, o emprego desse termo “giro epistêmico” é porque o pensamento decolonial para Mignolo (2007, p. 28), se inicia no século XVI nas próprias colônias americanas. Ele acredita que Felipe Poma de Ayala, cronista inca peruano e Otabbah Cugoano, ex-escravo ganês que se tornou um abolicionista, teriam aberto as portas para o pensamento decolonial quando abordaram a escravidão sofrida por indígenas e negros. Esse pensamento se construiu a partir da experiência e a memória destes povos.

Portanto, ao propor uma espécie de genealogia do pensamento decolonial, Mignolo (2007) afirma que o mesmo pressupõe sempre a diferença colonial, isto é, a exterioridade de conceitos impostos de “fora para dentro”. Essas imposições entendem a cosmovisão de uma etnia como uma racionalidade universal.

Para debater essa monopolização do saber, Santiago Castro-Gómez (2005, p. 25) trabalha com a conceitualização do que ele denomina de “Hybrisdelpunto cero”, que representa um começo epistemológico absoluto, como uma forma de controle social e econômico sobre o mundo, construindo uma visão legítima e apoiada pelo Estado. O autor nos mostra que as dominações coloniais e imperialistas foram legitimadas através do imaginário a respeito dos grupos subalternizados, inferiorizando-os.

Para se compreender a Decolonialidade, é necessário esclarecer que existiu na década de setenta, uma tendência de pesquisas a nível internacional denominada de Pós-colonialismo, que identifica essa relação de dominação entre colonizador e colonizado, tendo dentre os seus pensadores, o próprio Edward Said, GayatriSpivak, Franz Fanon e Homi K. Bhabha.

ShivVisvanathan (2009, p. 490) analisa que esse grupo de teóricos representa:

“[...] uma formidável textualidade do saber do Terceiro Mundo nos Estudos Culturais nas universidades ocidentais. Enquanto intelectuais, eles são heróis não apenas para a comunidade acadêmica do Terceiro Mundo, mas também para os indianos, cingaleses e paquistaneses do Primeiro Mundo”.

Foram as bases teóricas do Pós-colonialismo que geraram as críticas decoloniais. Dentre outras influências que o Pós-colonialismo recebeu além do Pós-Estruturalismo foucaultiano é oportuno destacar o Pós-modernismo de Jean François Lyotard (1988) que aponta para uma mudança epistemológica ocorrida após as duas grandes guerras que marcaram o fracasso da modernidade e a desconstrução de seus paradigmas. O autor afirma que aconteceu durante o século XX uma ruptura com determinados conceitos modernos. Surgiu uma descrença, uma tentativa de superação das metanarrativas características da modernidade como as grandes ideias clássicas e instituições ocidentais. De tal modo, o Pós-colonialismo adota uma crítica da modernidade eurocêntrica, analisando as representações e discursos sobre essa relação entre Ocidente e Oriente, e de que forma ela participou dos períodos pós-independência.

Os pensadores decoloniais acreditavam que a epistemologia que influenciava os pós-coloniais era em sua maioria advinda de teóricos europeus, o que ainda alimentaria uma reminiscência eurocêntrica de pensamento, assim surgiu a necessidade de descolonizar a própria epistemologia e a metodologia.

Mesmo que muitos decoloniais entendam os pensadores pós-coloniais como mantenedores de uma episteme europeia, como também afirma Boaventura Santos (2009, p. 445): “Acabam por ser eurocêntricos na sua luta contra o eurocentrismo”, podemos compreender que seus estudos foram os pioneiros da posição crítica contra a colonialidade, da qual, Said e seus estudos sobre o Orientalismo fazem parte.

A colonialidade além de se desenvolver no plano econômico, político e cultural, se infiltrou no âmbito intelectual. De acordo Aníbal Quijano (2005), a colonialidade do poder estabeleceu uma hierarquia das raças, impondo a superioridade da raça branca. Esse discurso eurocêntrico impõe uma colonialidade do ser ao desumanizar o outro e uma colonialidade do saber ao propor o conhecimento eurocêntrico como hegemônico.

A expansão do colonialismo europeu ao resto do mundo conduziu à elaboração de uma perspectiva eurocêntrica do conhecimento e com ela à elaboração teórica da ideia de raça como naturalização dessas relações coloniais de dominação entre europeus e não-europeus. Historicamente, isso significou uma nova maneira de legitimar as antigas ideias e práticas de relações de superioridade/inferioridade entre dominantes e dominados. Os povos conquistados e dominados foram colocados numa situação natural de inferioridade, e consequentemente também seus traços fenotípicos, bem como suas descobertas mentais e culturais (Quijano, 2005, p. 188).

Quijano (2005) ressalta que houve uma combinação de dois fatores que transformaram o Ocidente em uma hegemonia mundial, o etnocentrismo colonial e a classificação racial universal, que entendem os europeus como naturalmente superiores aos outros povos.

Castro-Gómez (2005, p. 37) esclarece que houve um projeto ilustrado baseado no ocidentalismo que postula a superioridade da raça branca sobre todas as outras. Kant já havia formulado uma teoria baseada no determinismo ambiental, em que a cor da pele indicaria a capacidade de um povo de educar a natureza na qual ele estava inserido e a sua capacidade de superar esse determinismo. Assim, ele entendia que africanos, americanos e asiáticos seriam raças imaturas, porque não superaram o determinismo da natureza. Isso porque, o pensamento ilustrado desenvolveu uma visão de si mesmo, um discurso sobre suas próprias origens, segundo a qual, a modernidade seria um fenômeno exclusivamente europeu. A Europa possuiria em sua ótica qualidades únicas que permitiram o seu desenvolvimento científico e racional.

Fundada na superioridade étnica e cognitiva, a colonialidade se mostra em várias esferas: modos de conhecer, produzir conhecimento, símbolos, modos de significação, e intelectualidade,uma violência epistêmica. Enrique Dussel, Aníbal Quijano e Walter Mignolo ampliaram a noção de discurso colonial introduzida por Said, entendendo que modernidade e colonialidade são duas caras da mesma moeda.

Os decoloniais nos mostram que a Europa não pode ser considerada um sistema independente dos demais continentes. Foi a própria conquista que lhe possibilitou essa vantagem determinante sobre os dominados. A modernidade é o resultado desses eventos, não a sua causa. A conquista trouxe novos mercados, novas fontes de matérias-primas, e força de trabalho escrava que permitiu a “acumulação original de capital” (CASTRO-GÓMEZ, 2005, p.50). A Europa só passou a ser o “centro”, quando constituiu suas colônias como “periferia”.

A Decolonialidade permite a construção de marcos epistemológicos que pluralizam o saber. Essas práticas propõem revalorizar os conhecimentos ancestrais que podem ter aplicação na contemporaneidade, isto é, entender estes conhecimentos como ciência, que também deve fazer parte dos processos educativos, quebrando as barreiras da academia. Conhecimentos estes, que foram outrora marginalizados pelo cartesianismo e pela ciência moderna.

Boaventura de Sousa Santos (2009) acredita que para se chegar a uma história global, que compreenda os diversos povos e suas formas de conhecimento, é necessário:

“[...]mostrar que tudo o que é atribuído ao Ocidente como sendo excepcional e único – sejam ela a ciência moderna ou o capitalismo, o individualismo ou a democracia – têm paralelos e antecedentes em outras regiões e culturas do mundo” (p. 446).

O epistemicídio, que seria essa violenta forma de invisibilização dos saberes não-ocidentais, considera a excepcionalidade ocidental, que não reconhece cruzamentos, continuidades e semelhanças com os demais conhecimentos no mundo (Santos, 2009).

Foi esse giro epistêmico que denunciou a expansão imperialista dos Estados Unidos, e a necessidade de resistência latinoamericana. Esse movimento foi também chamado de latinoamericanismo, entendido como uma manifestação cultural frente a um confronto geopolítico (Mendieta, 2016, p. 11).

Assim, questionamos junto a Vinícius Caixeta (2015, p. 55) quais seriam os elementos para substituir a episteme ocidental moderna? Como combater as ciências sociais euro-americanas, criadoras de dicotomias redutoras? A resposta começa pela alternativa teórica produzida fora desse eixo. Existem estudos, teorias e metodologias, mas estão muito longe de constituírem-se como parte das ciências humanas e sociais clássicas, as chamadas “teorias situadas”. Nesse âmbito o autor nos lembra que também não é difícil encontrar teorias contaminadas pelas epistemes euro-americanas, pois existe uma grande dificuldade em se construir um lugar crítico de enunciação, livre das amarras coloniais. Mas é possível que possamos privilegiar informações contextuais no lugar das universalistas, que construamos redes internacionais de pesquisa (Caixeta, 2015, p. 66).

“Assim, é possível se resguardar dos falsos essencialismos e reconhecer que a história do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste é uma só grande história entrelaçada, híbrida, sem superiores e inferiores, com a preocupação em revelar efetivamente as especificidades das várias realidades locais” (CAIXETA, 2015, p. 71).

Considerações Finais
Procuramos suscitar uma problematização a partir de discussões teóricas a respeito da epistemologia ocidental que se colocou como a referência para os estudos dos povos recém descolonizados historicamente.

Para esta discussão, estabelecemos diálogos sobre o Orientalismo e as teorias decoloniais para se chegar a uma compreensão de que estas práticas foram embrionadas em um contexto histórico marcado pela dominação europeia sobre os países colonizados. Essa hegemonia além de dominar o campo econômico, militar e cultural, desenvolveu-se no campo epistêmico e ontológico.

Todo encontro cultural mesmo que seja embrionado em um momento de dominação de um agente sobre outro, desenvolve trocas de elementos culturais, como foi o caso do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para concluir, entendemos que o Pós-colonialismo foi o início da genealogia de um pensamento que culminou na década de 90 com uma proposta de desprendimento epistemológico. Edward Said fez parte deste grupo, trazendo uma nova discussão a respeito do Orientalismo e como ele foi praticado pelas reminiscências colonialistas.Porém, essa crítica das colonizações efetuada por Said não conseguiu se desvencilhar das amarras científicas ocidentais, pautando-se em estudos dos grandes clássicos para pensar nas relações entre Ocidente e Oriente. Suas obras foram construídas a partir de um arcabouço teórico ocidental. Said e seus companheiros pós-coloniais foram assim entendidos por muitos cientistas sociais do Sul (Caixeta, 2015) como perpetuadores da academia norte-americana, o que obscureceria as maneiras em que os Estados Unidos empregam as suas formas de Orientalismo em sua dominação imperialista (Mignolo, 2007). Assim, o Oriente continuaria sendo entendido a partir de matrizes de pensamento metropolitanas, por isso os estudos decoloniais entraram em cena, trazendo uma nova forma de se produzir conhecimento.

Referências
Pepita de Souza Afiune é doutoranda em História pela Universidade Federal de Goiás. Bolsista CAPES/FAPEG. Mestra em Ciências Sociais e Humanidades (UEG). Contato: pepita_af@hotmail.com

CAIXETA, Marcus Vinícius Gomes. Desconstruindo essencialismos: a análise do imperialismo de Edward Said, os estudos pós-coloniais e as sociologias do Sul. Temáticas.N.45/46. Campinas, dez. 2015. p. 53 – 74.
CASTRO-GÓMEZ, Santiago. La hybris del punto cero. Ciencia, raza e Ilustración en la Nueva Granada (1750-1816). Bogotá: Editorial Pontificia Universidad Javeriana, 2005.
HABER, Alejandro. No metodología payanesa: notas de metodología indisciplinada. Revista Chilena de Antropología. n. 23. Santiago: Universidad de Chile, 2011. p. 09-49.
LYOTARD, Jean-François. O Pós-moderno. 3ª ed. Tradução Ricardo Corrêa Barbosa. Rev. Marcos Roma Santa. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1988.
MENDIETA, Eduardo. Ni Orientalismo ni Occidentalismo: Edward Said y el Latinoamericanismo. Tabula Rasa. N. 5. Bogotá - Colombia, julio-diciembre, 2006. p. 67-83.
MIGNOLO, Walter D. El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago e GROSFOGUEL, Ramón. El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. p. 25 – 46.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de CienciasSociales, 2005. p. 117 – 142.
SAID, Edward. Orientalismo. O Oriente como invenção do Ocidente. 1ª reimp. Trad. Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um Ocidente Não-Ocidentalista? A filosofia à venda, a douta ignorância e a aposta de Pascal. In: MENESES, Maria Paula e SANTOS, Boaventura de Sousa (orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almedina S.A., G.C. Gráfica de Coimbra, Ltda., 2009. p. 445 – 486.
VISVANATHAN, Shiv. Encontros culturais e o Oriente: Um estudo das políticas de conhecimento. In: MENESES, Maria Paula e SANTOS, Boaventura de Sousa (orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almedina S.A., G.C. Gráfica de Coimbra, Ltda., 2009. p. 487 –505.

18 comentários:

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  2. "(...) entendendo que modernidade e colonialidade são duas caras da mesma moeda." Gostaria de saber quais os aspectos e características da modernidade que fazem com que ela seja marcada no mesmo ãmbito da colonialidade.

    Eduarda Oliveira Silva

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    1. Olá Eduarda. Obrigada pela sua contribuição.
      Essa afirmação que fiz na verdade foi baseada em Santiago Castro-Gómez quando em seu artigo “Hybris del punto cero” nos mostra que o discurso colonial foi legitimado pela ciência moderna, tendo um papel muito importante no imaginário científico. A ciência moderna e o discurso colonial fazem parte de uma mesma matriz epistemológica quando o mundo moderno se configura de forma mais proeminente, a partir do século XVI. Inclusive, o autor realizou estudos de caso, analisando que o imaginário moderno e o imaginário colonial formaram as bases do discurso ilustrado. As próprias produções de conhecimento, seja sobre a natureza, ou sobre o ser humano, eram pautadas pelo monopólio de um saber pautado na racionalidade científica da modernidade, colocando as demais formas de conhecimento no campo da ignorância, da barbárie ou da superstição, fator fundamental para entender o “ponto zero” discutido pelo autor. A questão da colonialidade e a modernidade serem sucessivos ou simultâneos faz parte de um debate fervoroso. O Ocidente tomado como uma vanguarda de todo o progresso da humanidade, foi pensado por alguns autores como José Joaquín Brunner, como se a colonialidade fosse o passado da modernidade, a partir da hipótese de que para se adentrar na modernidade, era necessário primeiro, sair da colonialidade, a partir de uma perspectiva teleológica. Por outro lado, sabemos que o conceito de colonialidade foi proposto por Aníbal Quijano nos anos 80, a partir do termo “colonialismo”, que procura elucubrar o desenvolvimento da civilização ocidental desde o Renascimento, a partir do qual, houveram vários colonialismos. Assim, Walter Mignolo ao analisar a proposta de Quijano, entende que a colonialidade seria um lado obscuro da modernidade, sendo esta, uma narrativa cujo ponto de partida foi a Europa, que construiu todo o conceito de civilização ocidental, acreditando então que a colonialidade faça parte da modernidade.

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  3. Absorvendo os conceitos de said sobre o orientalismo percebemos a forte influência Eurocêntrica na História. Diante de suas argumentações Said bem como os teóricos pós-colonialismo se viram limitados pela sua própria bagagem cultural (Eurocêntricos argumentando sobre eurocentrismo). Contudo, os decoloniais entram com uma nova visão sobre a influencia europeia. Ai entra a minha pergunta, diante de sua percepção, quais influencias eurocêntricas destas correntes repercutem na historiografia brasileira.

    Raul Douglas Cavalcante Leite

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    1. Olá Raul! Muito obrigada pelas suas considerações e contribuição!
      Pelo que eu entendi da sua pergunta (que se difere da pergunta do colega Maicon Roberto, mas vale a pena você também dar uma olhada no que eu escrevo para ele), a partir da crítica aos pós-coloniais, você questiona sobre quais destas influências eurocêntricas repercutiram na historiografia brasileira. Gostaria de responder dando um exemplo. Edward Said analisou as estruturas de poder a partir de Foucault, como citei aqui no artigo “Said entende o Orientalismo como uma teia de relações de poder, seja o poder político, intelectual, cultural, econômico e moral”. Vejo que muito dessa influência foucaultiana no Brasil teve forte expressão no contexto histórico vivido pelo país desde a década de 60, quando as lutas pela redemocratização do país e a necessidade do reconhecimento das múltiplas identidades nacionais se fizeram necessárias. A partir de Foucault, esses pesquisadores iniciavam discussões sobre o poder frente às classes sociais, a construção dos sujeitos históricos e o olhar sobre as minorias. Albuquerque Jr. estava entre os trabalhos que reverenciavam Foucault, e por outro lado, Ciro Flamarion Cardoso e Emilia Viotti da Costa efetuavam críticas.
      Outro exemplo é o pós-modernismo cujo grande representante é Jean-François Lyotard, que citei no artigo, que eu também vejo a sua influência nos pesquisadores brasileiros, como José D’Assunção Barros e o próprio Ciro Flamarion Cardoso.
      Pepita de Souza Afiune

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  4. “[...]mostrar que tudo o que é atribuído ao Ocidente como sendo excepcional e único – sejam ela a ciência moderna ou o capitalismo, o individualismo ou a democracia – têm paralelos e antecedentes em outras regiões e culturas do mundo”
    Através este excerto gostaria de saber se pode ser levada em conta a contribuição dos trabalhos sobre História Global, redefinidos sob uma nova metodologia que escapa à historiografia teleológica, ao mesmo tempo que embarca na onda do 'giro epistemológico' da historiografia decolonial, negando eurocentrismos e etnocentrismos. Refiro-me especificamente ao trabalho do historiador indiano Sanjay Subrahmanyam, e seu conceito de 'Histórias Conectadas'.

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  5. Cara Pepita,
    grato pelo excelente texto. Fico feliz em ler mais colegas escrevendo com a perspectiva descolonial.
    tenho duas perguntas pontuais:
    1. Você disse: "Na década de noventa surgiu um grupo de pensadores latino-americanos inspirados pelos debates pós-coloniais que criou o Grupo Latino-Americano de Estudos Subalternos no ano de 1993. Mas ocorreu uma ruptura dentro deste grupo, pois muitos intelectuais viviam nos Estados Unidos e reproduziam a sua epistemologia.". Sobre essa ruptura, quem rompeu com quem? De quais autores está falando? Fiquei muito curioso.
    2. Concordo que o melhor termo a ser usado é "descolonial", mas me pergunto o motivo de muitos, te incluindo, usarem o termo "decolonial". Que eu saiba, quando Mignolo utiliza este termo, ele escreve em inglês (decolonial) e em espanhol (decolonial), línguas em que faz sentido escrever assim. Mas, em português, o "des" como prefixo significa um negativo ao que se segue (nesse caso, "colonial"). Mas não vejo o "de" como prefixo como negativo. Você tem algum motivo para usar o termo "decolonial", ainda invés de "descolonial", ou somente seguiu as traduções atuais?
    Obrigado, abraços.

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    1. Oi Matheus, muito obrigada pelas suas considerações e os elogios.
      Vejo que suas perguntas vieram para complementar o que não ficou muti no meu texto. O Grupo Latino-Americano de Estudos Subalternos surgiu em 1992 e se inspirou no grupo de Estudos Subalternos Sul-Asiáticos, por sua vez, presidido por Ranajit Guha. Assim, os latino-americanos Santiago Castro-Gómez, Aníbal Quijano, Eduardo Mendieta procuraram implementar esses estudos em seu contexto específico, mas mostrando que era necessário além de romper com as epistemologias ocidentais, mas entender que a América Latina tem uma trajetória diferente da indiana.
      Mas, Walter Mignolo achava que as influências de Ranajit Guha, Gayatri Spivak, e Homi Bhabha (grupo de estudos subalternos sul-asiáticos) não deveriam ser aplicadas ao caso latino-americano. O grupo de estudos se fragmentou, surgindo o Grupo Modernidade / Colonialidade (1998). Este grupo seria uma forma mais radical da crítica antieurocêntrica.
      Mignolo foi assim o crítico mais ferrenho, por acreditar que o havia ainda um imperialismo epistemológico nos estudos subalternos / pós-colonialistas. Grosfoguel o acompanha em suas críticas. Com eles estavam a Catherine Walsh, Boaventura de Sousa Santos, Enrique Dussel, dentre outros.
      Então uma pergunta leva à outra:
      Sobre o termo “decolonial” se deve à sugestão de Catherine Walsh, que propôs a retirada do “s” para representar a nova proposta do seu grupo Modernidade / Colonialidade. Eles diziam que se inspiraram no pós-colonialismo, mas como criaram outro grupo, deram origem ao termo - projeto decolonial retirando o “s” propositalmente. Segue um trecho da autora que acho que pode explicar melhor:
      “Suprimir la “s” y nombrar “decolonial” no es promover un anglicismo. Por el contrario, es marcar una distinción con el significado en castellano del “des”. No pretendemos simplemente desarmar, deshacer o revertir lo colonial; es decir, pasar de un momento colonial a un no colonial, como que fuera posible que sus patrones y huellas desistan de existir. La intención, más bien, esseñalar y provocar un posicionamiento –una postura y actitud continua– de transgredir, intervenir, in-surgir e incidir. Lo decolonial denota, entonces, un camino de lucha continuo en el cual podemos identificar, visibilizar y alentar “lugares” de exterioridad y construcciones alternativas.” (WALSH, 2009, p. 14 - 15).
      WALSH, Catherine. Interculturalidad, Estado, Sociedad: Luchas (de)coloniales de nuestra época. Universidad Andina Simón Bolivar, Ediciones Abya-Yala,: Quito, 2009. Disponível em http://clar.org/assets/interculturalidadestadosociedad.pdf.

      Grande abraço!

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    2. Muito obrigado pela esclarecedora e gentil resposta.
      =D
      Abraços

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  6. Mais um comentário: sugiro que você escreva um livro de história das ideias descolonais. Acredito que seu conhecimento e sua forma de narrar podem ser muito úteis a quem gostaria de se aproximar desses conceitos e autores, mas não os conhece.

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    1. Muito obrigada pelas considerações!!!!! Suas perguntas foram de grande valia, complementando questões que não deixei muito claro no texto. Abraço

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  7. Oi Pepita. Parabéns pelo excelente texto. O quanto esse campo de discussão sobre a decoloneidade encontra respaldo e autores que a dialoguem dentro do Brasil? Obrigado! Abraço!

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    1. Oi Maicon! Obrigada pela sua participação!
      A decolonialidade está nas discussões brasileiras, principalmente a partir dos autores Nilma Lino Gomes (ativista do movimento negro no Brasil, pedagoga e cientista social), Joaze Bernardino-Costa (sociólogo, professor da UnB, atuante nos debates dos grupos subalternos); Luciana Ballestrin (professora da UFPEL); Adelia Miglievich-Ribeiro (professora da UFES); Claudia Miranda (professora da UniRio, estudos sobre movimentos sociais e diversidade cultural) e o próprio Paulo Freire.
      Pepita de Souza Afiune

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  8. Pepita de Souza Afiune2 de outubro de 2018 às 21:22

    Olá Marcelo!
    Parabéns pelo artigo! Eu particularmente amo essa temática e acho que você trabalhou de forma muito competente. Esse filme precisava de uma análise mesmo. A aplicação de Marc Ferro é fundamental para entendermos a sua proposta, uma vez que o autor nos mostra que o filme passou a ser tratado como um documento a partir da década de 70 pelos historiadores. Assim, acredito que posteriormente, você poderá aprofundar na discussão do autor, já que sabemos que o tamanho de um artigo é limitado para esta discussão tão fértil. Mas você deixou bem claro que o filme como um documento histórico deve ser entendido como um produto de seu tempo. Eu vejo que as próprias críticas desfavoráveis em relação ao filme, que foram muitas, assim como você nos mostrou, em que a presença de atores europeus para representarem egípcios, por si só muito pode nos dizer muito sobre os fatores que estão por trás destas produções cinematográficas, em relação ao contexto histórico-cultural. Concordo quando você afirma “Independente da qualidade do roteiro, e sua correlação com a História, todo filme mostra-se capaz de ser considerado texto histórico. Podemos utilizar os filmes como ilustração, fonte ou discussão em nossas aulas, incentivando a pesquisa em nossos alunos.”

    Outro elemento que seria interessante pensarmos em sua discussão seria a probabilidade de aplicar os estudos de Egiptomania que foram iniciados pelo historiador da arte Marcel Humbert. Eu trabalhei com essa discussão no evento ano passado, quando apresentei o artigo “O Orientalismo e as representações do Egito Antigo em Age of Mythology”. (Fica sendo essa a pergunta!). Abraços
    Pepita de Souza Afiune

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    1. Pepita de Souza Afiune2 de outubro de 2018 às 21:25

      Pessoal, desconsiderem essa mensagem anterior, era para ser postada em um artigo de outro comunicador, e me confundi.
      Pepita de Souza Afiune

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  9. Olá, Pepita! Parabéns pelo texto, e é sempre bom ver discussões acerca da decolonialidade. Gostaria de saber se você tem percebido algum tipo de resistência a essa tentativa de decolonializar as epistemologias no meio intelectual. Pergunto isso porque ainda percebo desconfortos e muitas dúvidas por parte de pesquisadores/as, especialmente no sentido de que acreditam ser muito difícil fugir das perspectivas teórico-metodológicas eurocentradas. Eu, contudo, sou da opinião de que só quando tivermos coragem de nos perder é que será possível trilhar novos caminhos para nos encontrar. Fica claro pra mim que, na pressa por encontrar respostas e soluções para as nossas problemáticas, abandonamos o exercício decolonial e apostamos nos cânones, pela falta de tempo, pela falta de coragem em ousar, minando assim muitas possibilidades do avanço do conhecimento no chamado Terceiro Mundo. Mas seria ótimo saber como você enxerga essas resistências, e se concordas que elas existem.

    Diogo Matheus de Souza.

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    1. Boa tarde Diogo. Muito obrigada pelas suas considerações. Considero o assunto que você coloca como uma discussão fundamental para todos nós pesquisadores. Com certeza, tenho percebido uma resistência dentro da academia quanto às formas de decolonizar as epistemologias ocidentais. Eu também tenho essas dificuldades e percebo isso nos meus colegas, que possuímos um desejo enorme de se desvencilhar dessas amarras, mas muitas vezes, quando estamos em uma banca, apresentando uma dissertação ou uma tese, somos ainda levados a traçar os caminhos teórico-metodológicos eurocentrados. Além dessa cobrança que eu vejo, existem outras dificuldades como as que você apontou, a própria coragem de "se perder" para encontrar melhores caminhos, ou também a falta de tempo para se dedicar mais a essas novas leituras. Eu por exemplo, na graduação, não tive contato com os estudos decoloniais, só conheci durante a pós-graduação. Então pra mim ainda é algo novo. Eu trabalho em minha tese com História do Brasil, pois assim acredito que posso contribuir melhor para o âmbito de nossas pesquisas e para a nossa comunidade. Isso me possibilitou estar mais próxima dos autores brasileiros, mas tenho percebido que a maioria deles construíram suas pesquisas com as bases epistemológicas europeias. Acredito que é necessário encontrar pontes entre os mundos, substituir e repensar os antigos métodos acadêmicos ocidentais. Nos indigna que o ocidente possa extrair e reivindicar propriedade sobre os nossos modos de saber, sobre as coisas que produzimos, e ao mesmo tempo rejeitam estes povos. É necessário, de acordo Alejandro Haber, indisciplinar a ciência, e como primeira medida radical, indisciplinar a metodologia. Podemos pensar em uma espécie de colonialismo arqueológico em termos de exportação de teorias e / ou metodologias metropolitanas para países / regiões periféricos. Também podemos pensar no colonialismo na maneira como as instituições / arqueólogos metropolitanos conduzem a arqueologia em países / regiões periféricos. A não-metodologia proposta por Haber é seguir todas aquelas possibilidades que o caminho esqueceu, que o protocolo obstruiu, que o método reprime. A não-metodologia é uma conversação. Uma conversação com os sujeitos subalternos, incluindo esses atores que nunca seriam tomados em conta como tais pelo protocolo metodológico. Os problemas de investigação são construções egoístas dos investigadores, que necessitam buscar um problema para suas pesquisas. Ele entende que a metodologia é uma ferramenta bruta e grosseira, que não permite ver a amplitude da realidade. "Essa miopia que padecemos nos satisfaz como pesquisadores, mas essa metodologia que nos assegura e proporciona o êxito como cientistas, claramente não servem para que a realidade se expresse por ela mesma. Assim, continuamos reproduzindo essa mesma assimetria entre nós e o mundo" (HABER,2011).

      HABER, Alejandro. Nometodología payanesa: notas de metodología indisciplinada. Revista de Antropologia, n. 23, 1º semestre, 2011. p. 9 - 49.
      Pepita de S. Afiune

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  10. Prezada Pepita Afiune,

    Parabéns pelo texto! A discussão em torno dessa temática tem sido pouco abordada na academia. No entanto, penso que deveria receber uma atenção maior.
    Sabendo que Said não é historiador - e, portanto, não pensa tal como um historiador – é compreensível que o seu olhar sobre o orientalismo não tenha uma perspectiva historiográfica. Partindo dessa consideração, várias críticas, principalmente de historiadores, observam diversos erros na abordagem que esse palestino elabora. Gostaria de saber até que ponto a obra de Said deve ser levado em consideração pelos historiadores para a construção de uma crítica mais contundente ao eurocentrismo. E se você concorda com alguma dessas críticas. Obrigado!
    Rivaldo Amador de Sousa

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