Rovian Schenatto Palavicini

GÊNERO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL: POSSIBILIDADES DE ABORDAGEM

Na Mesopotâmia, tanto as esculturas em pequena escala quanto as artes monumentais utilizavam imagens narrativas que incluíam figuras femininas. Em vez de retratar alguma verdade sobre as posições ou papéis das mulheres na sociedade, as mulheres nessas cenas são inseridas em narrativas que estruturam um comportamento normativo de gênero e geralmente se concentram na masculinidade (BAHRANI, 2001, p. 121-122, tradução minha).

Dentre as rupturas expostas pela Revolução Francesa, observa-se, no campo historiográfico, uma mudança da história em relação ao tempo. Essa mudança é exposta, por autores como Koselleck (2006) e Scott (1991), como responsável pela criação do que eles vão denominar de Novo Regime de Historicidade, onde o passado não é visto mais como o orientador da historiografia, deixando a cargo do futuro tal competência e, por sua vez, esse último passa a permear as relações sociais, mais especificamente, como atenta Scott, as questões étnicas, de classe e de gênero. (CAMARGO; TOLEDO, 2013, p. 1). Abarcando esse pensamento, o conceito de gênero surge nesse contexto com a finalidade de cicatrizar uma lacuna na área das teorias que se mostravam ineficazes em explicar o caráter relacional das desigualdades sociais entre homens e mulheres.

Ao delinear um novo regime de historicidade automaticamente prevê-se a existência e exclusão de um “velho” regime. É justamente nessa critica que o conceito vai tomar corpo. Não precisamos ir longe para entender a abordagem desse velho regime de historicidade. A exemplo da Escola Metódica, denominada progressista, a historiografia tinha por finalidade a analise das fontes de modo a não questionar seu caráter legitimador, isto é, o historiador, enquanto cientista, deveria ter como base a neutralidade, a objetividade e a lealdade às fontes, assim, interpretava-se que de fato Ramsés II teria vencido sozinho seus inimigos hititas durante a batalha de Kadesh (CARREIRA, 2006, p. 184-198) ou, que a pirâmide de Quéops teria sido erguida pelo próprio faraó, como previa nas descrições das fontes. Com isso, a historiografia era interpretada a partir de uma visão restrita, calcada no estudo dos grandes homens, grandes acontecimentos e a partir de uma história dos vencedores. (REIS, 2004 apud BRACIAK; PALAVICINI, 2017, p. 66).

De igual modo, referente às relações de gênero ou mais propriamente a história das mulheres, tem-se um apagamento das mesmas tanto pela indisponibilidade de fontes que contemplassem esse regime de historicidade quanto pela crença de que ao estudar a história dos homens as mulheres apareceriam contempladas nesses contextos, o que de fato não acontecia (SOIHET; PEDRO, 2007, p. 284). A crítica, então, se pauta também na invisibilidade das mulheres na historiografia. É justamente nessa invisibilidade que Michele Perrot constrói suas argumentações, a qual sustenta que estudar gênero é dar voz e vez àquelas que não tiveram por milênios. Apropriando-se das palavras da autora, é preciso compreender que “[...] as mulheres são mais imaginadas do que descritas ou contadas, e fazer a sua história é, antes de tudo, inevitavelmente, chocar-se contra esse bloco de representações que as cobre [...]” (PERROT, 2005 apud BALTHAZAR, 2009, p. 86).

Outro ponto destacado na crítica está no viés determinista ao qual se aplica as interpretações referentes ao gênero. Da mesma forma que os movimentos religiosos fizeram insurgir as famosas Reforma, por parte dos protestantes (1517), e Contra-Reforma (1545), por parte do catolicismo, os movimentos feministas fizeram insurgir um movimento “Contra-Feminismo”, o qual buscava abafar as problemáticas de gênero a partir de visões biológicas distorcidas. Pegando os exemplos trazidos por Johan Scott em seus escritos, denominados “O enigma da Igualdade” - para deixar de fora os clássicos como Platão, Aristóteles e Plutarco, por exemplo - elenca-se Levy, Applewhite e Johnson (1979), os quais discorrem sobre a “indecência” de uma mulher que “abandona” o lar e os filhos para adentrar na vida pública, questionando o leitor se seria ao homem que a “natureza confiou os cuidados domésticos”, se foi a eles que a “natureza” presenteou com seios para amamentar vossos filhos. Freud, ao discorrer acerca do “Mal-estar da Civilização”, expõe a dependência da mulher para com o homem na formação da sociedade primeira, uma vez que essa precisaria de alguém para “defender a prole” (FREUD, 1996, p. 18). Outro exemplo interessante, dessa vez relacionado às genitálias, se encontra nas apropriações dos comentários de Rousseau pelo anatomista Jacques-Louis Moreau, o qual alega que existe uma diferenciação binária a partir do momento que o homem tem seu órgão genital exterior ao corpo enquanto a mulher tem o seu órgão interior a ele, dessa forma, seria reservado biologicamente ao homem o espaço externo, o espaço público, enquanto a mulher deveria reservar-se no espaço interno, no lar. (SCOTT, 2005, p. 15-22). Esses deterministas são um tanto quanto criativos.

Nesse sentido, o conceito de gênero surge com a finalidade de substituir o termo “mulher”, que está preso a uma concepção biológica. Tais definições também são um construto que continuam a caminhar, mas que foram possibilitadas a partir de três grandes “ondas feministas” nas últimas décadas. Os desdobramentos do conceito na contemporaneidade ficam a cargo da terceira onda, que compreende o que se denomina de feminismo pós-estruturalista, abarcando, sobretudo, autoras como Johan Scott e Judith Butler e o qual, também, observara o agrupamento das contribuições de Foucault e Derrida e suas análises acerca das relações de poder nos mais distintos âmbitos. Porém, não podemos deixar de notar essa ruptura do biológico e a influência para a atual concepção do conceito, a partir da célebre frase elencada por Simone de Beauvoir em sua icônica obra “O Segundo Sexo”, onde a autora afirma uma ruptura no que se refere o “ser mulher” entre os conceitos de “natural” e de “cultural”. Para a autora “Não se nasce mulher, torna-se mulher” (BEAUVOIR, 1980, p. 9).
Adentrando nessa perspectiva, podemos compreender o conceito de gênero a partir de uma construção social que busca diferenciar homens e mulheres e, com isso, focaliza-se na desmistificação também de que a subordinação estaria ligada ao desempenho de funções para classificar e tematizar o social e o cultural, de maneira mais ampla, como sendo os responsáveis pela construção de sentidos, sempre constituídos a partir da representação do masculino e do feminino ao mesmo tempo em que produzem e ressignificam essas representações. (MEYER, 2004, p. 15) Um bom exemplo disso se encontra na titulação de “senhora da casa” atribuído às mulheres na antiguidade egípcia, a qual agregava uma significação positiva na sociedade e cultura da época (CARIA, 2013, p. 93), diferenciando-se da concepção greco-romana que conferia esse espaço como elemento de subordinação. Ou, no caso Mesopotâmico, Ishtar, Deusa da Guerra, pode-se observar que sua representação não se dá de forma a masculinizá-la, apesar de seu caráter viril e guerreiro, mas pelo contrário, sua simetria, beleza e sedução lembram mais a interpretação de Angelina Jolie em “Mr. & Mrs. Smith” do que a da Cleópatra VII nas moedas greco-romanas ou, ainda, da pobre Carlota Joaquina em “O Quinto dos Infernos” (PUCCI, s/d. p. 151-162), para pegar um exemplo mais próximo.

Ampliando um pouco mais o conceito, temos que levar em consideração as instituições que regem o social e o cultural e que estão sob a perspectiva de um processo alinear que se encontra sempre em transformação. Dessa forma, podemos caracterizar o Código de Hamurabi como uma instituição, ou, grosso modo, um aparelho ideológico do estado, o qual exerce, normatiza e busca legitimar relações de poder inclusive entre gêneros, uma vez que, para citar uma passagem do código, era direito dos homens, mais especificamente os casados, de ficarem afastados em períodos bélicos por até dois anos e, ao retornarem, era-lhes garantido por lei a retomada de sua “propriedade”, e isso incluía a mulher e os filhos, ou seja, a mulher e os filhos como propriedade do marido. (CLANCIER, 2014, p. 24).
No referido entre o construto feminilidade-masculinidade encontra-se relações conflitantes e instáveis. Ao discorrer acerca dessas relações conflitantes e instáveis, Mayer vai expor que as mesmas se expressam pela “articulação de gênero com outras ‘marcas’ sociais, tais como classe, raça/etnia, sexualidade, geração, religião, nacionalidade”, tendo essa articulação como importante produtora das modificações nas formas de experenciar essa masculinidade e essa feminilidade tanto pelos diferentes grupos que compõe a sociedade como por indivíduos no decorrer de suas vidas. (MAYER, 2004, p. 15). É aqui também que Butler vai elencar sua crítica às vertentes feministas ao discorrer acerca da subversão da identidade, já que a mesma vertente que propunha uma libertação acabava por contribuir para um paradoxo de criação de uma identidade que não levava em consideração as articulações do conceito com o social. (BUTLER, 2003, p. 213). Destarte, como exemplo disso, pode-se elencar que o caráter relacional de Hamurabi para com a Ishtar estava ligado pela qualidade de transmissão e apropriação de um atributo divino, enquanto o soldado, o escravo, a prostituta, etc., hão de ter experenciado essa relação com a Deusa de forma diferente.
Implica-se, assim, analisar as práticas, projetos e processos pelos quais indivíduos são constituídos enquanto homem e mulher e enquanto masculino e feminino. Tendo como foco de abordagem as instituições, as leis, as doutrinas de dada sociedade, na qual “são constituídas e atravessadas [essas] representações e pressupostos de feminino e de masculino, ao mesmo tempo em que estão centralmente implicadas com sua produção, manutenção ou ressignificação” (MAYER, 2004, p. 16). Nesse viés, Johan Scott vai defender uma mudança de hábito para a historiografia, no sentido de não apenas buscar origens únicas para os problemas individuais, uma vez que os processos estão interligados entre si, mas, de igual modo, é necessário questionar mais como dados contextos foram forjados para que dessa forma possamos compreendê-los. É a partir do estudo do ser individual e da organização social, assim como da articulação da raiz de suas interpelações que é possível compreender de que forma o gênero se constrói e como se dá a mudança a partir dele. (SCOTT, 1989, p. 20).

Como núcleo essencial da definição do conceito, Scott elenca que “o gênero é um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos, e o gênero é uma forma primeira de significar as relações de poder.” (SCOTT, 1989, p. 21). Destarte, as mudanças no organizar das relações sociais acarretam na mudança das representações de poder. No que diz respeito às diferenciações que fazem jus ao gênero pode-se especificar os simbolismos culturais que fazem evocar representações múltiplas, isto é, a construção de uma visão idealizada do outro, os padrões esperados de comportamento (SCOTT, 1989, p. 21). Cita-se como exemplo “O poema de Agushaya”. Nele, o “poeta” cria uma narrativa na qual o panteão de divindades mesopotâmicas julga a atuação de Ishtar, Deusa da Guerra, por estar se portando dentro de casa (no panteão) de forma igual à maneira que se porta fora dela (nos campos de batalha). Observamos aí um caráter de expectativa no modo de agir dentro e fora de casa justamente em um contexto no qual insurgem diversas leis e normas de condutas calcadas nas relações de gênero.

Outro problema pontuado é a “fixidade” dessas relações. Por muito tempo os estudos históricos vão se encaminhar sempre para uma plausibilidade baseada na tradição, ou seja, os processos históricos que delimitam as relações de poder entre gênero são postos como inquestionáveis pelas sociedades nas quais tais contextos são constituídos. O Código de Hamurabi, nesse sentido, seria como algo dado, de caráter natural ou divino, inquestionável. É também nessa “fixidade” que Scott elenca sua crítica à historiografia onde, para a autora, a disciplina teria que por em debate a “fixidade” em busca da natureza ou repressão que acarretam em uma permanência eterna na representação binária dos gêneros. “Esse tipo de análise tem que incluir uma noção do político, tanto quanto uma referência às instituições e organizações sociais.” (SCOTT, 1989, p. 23). A não aceitação de uma imposição que antes era vista como algo natural ou que entrava na “caixa das tradições” - sustentando também as culturas e identidades étnicas - é o foco desse regime moderno de historicidade. Assim, ao analisar um período no qual a instituição Estado cria normas legislativas para regular sua coletividade, como o reinado de Hamurabi, deve-se questionar a aceitabilidade dessa legislação e, mais uma vez voltando ao argumento de Ristvet, nada melhor que a cultura material nos deixada por esses povos da antiguidade para analisar essa aceitação ou não-aceitação, já que é a partir dela, da cultura material, que os povos da antiguidade externalizavam suas posições políticas.

“A natureza desse processo, dos atores e das ações, só pode ser determinada especificamente se situada no espaço e no tempo. Só podemos escrever a história desse processo se reconhecermos que “homem” e “mulher” são ao mesmo tempo categorias vazias e transbordantes; vazias porque elas não tem nenhum significado definitivo e transcendente; transbordantes porque mesmo quando parecem fixadas, elas contém ainda dentro delas definições alternativas negadas ou reprimidas. (SCOTT, 1989, p. 28).”

Ainda para a autora, a arte, e aqui cito a iconografia em questão, nos aponta novos horizontes ao decifrar as implicações no social a partir da representação das mulheres e dos homens. Essas representações conotam o caráter sexual como primazia na significação das diferenças. Dessa forma, podemos eleger o gênero como um meio de interpretar as complexas relações das mais variadas formas de interações humanas, não o colocando como distinto do social, mas recíproco a ele, possibilitando a compreensão das influências do gênero no social e do social no gênero. Pode-se pegar novamente o exemplo do código de Hamurabi e suas restrições fundamentadas nas questões de gênero. (SCOTT, 1989, p. 23). É nessa linha de raciocínio que Lauren Ristvet busca sustentar suas argumentações acerca da arte, da literatura, iconografia e demais artefatos culturais que envolvem os rituais no antigo oriente próximo como constituintes de relações de poder que tem por finalidade legitimar ou questionar, em forma de protesto, sistemas políticos e/ou modos de governos vigentes. Como atenta a autora, “os rituais podem funcionar como um mecanismo para resolver conflitos e/ou reafirmar a comunidade em contraste com a competição inerente à vida social” (RISTVET, 2015, p. 19, tradução minha).

Pensar a sociedade mesopotâmica a partir do contexto de Hamurabi e a sua reforma jurídica, conhecida como a primeira da história, é o que Neils vai interpretar também como um inicio da dominação baseada nas relações de gênero, pois se sustenta juridicamente a construção de uma ordem de cunho natural ou divino, como elenca Johan Scott (NEILS, 2011, p. 26). São justamente em contextos como esse que podemos entender o que Scott vai pontuar como a oposição binária entre masculino e feminino na qual fica evidenciada a posição que emerge como dominante, uma vez que emerge como a única possibilidade (SCOTT, 1989, p. 21). Para Scott:

“(...) [o ato de emergir das relações de poder] se refere à oposição masculino/feminino e fundamenta ao mesmo tempo seu sentido. Para reivindicar o poder político, a referência tem que parecer segura e fixa fora de qualquer construção humana, fazendo parte da ordem natural ou divina. Desta forma, a oposição binária e o processo social das relações de gênero tornam-se, os dois, parte do sentido do poder, ele mesmo. Colocar em questão ou mudar um aspecto ameaça o sistema por inteiro. (SCOTT, 1989, p. 22).”

Em linhas gerais, como uma categoria de análise, o termo gênero surge com o objetivo de substituir o termo “mulher”, o qual encontra-se relacionado a um determinismo biológico. Esse termo é incorporado como objeto teórico de estudos para que não se remeta a uma análise que tem como figura somente a mulher, e nem que as diferenças sejam vistas somente pelo viés biológico, mas sim, que seja centrado na construção histórica da identidade do ser mulher, e essa construção se guia no campo das relações de dentro do lar, da rua, da política, da religião, etc., isto é, na vida cotidiana que se forma a identidade do se construir como mulher. Destarte, é compreendendo as relações de gênero enquanto relações de poder constituintes do social que se torna possível a aplicabilidade de tal conceito em uma realidade deslocada de tal criação, uma vez que estudar o caráter relacional do gênero na antiguidade em sociedades patriarcais visa também dar maior visibilidade à questão contemporânea - no sentido de crítica a um poder estabelecido como natural ou divino -, legitimando-a.

Contudo, sustenta-se que, por mais que o conceito esteja afastado cultural, social e temporalmente, não se pode argumentar que a significação do mesmo não representava os anseios da sociedade da época, uma vez que a cultura material pode ser interpretada pelo viés de protesto, como elencado por Ristvet e, também, como lembra a doutoranda em história, Priscila Scoville, os antigos são tão humanos quanto nós, contemporâneos (SCOVILLE, 2017, p. 14). Deve-se parar de olhar para os antigos como se estes não tinham consciência de suas respectivas condições na sociedade da qual ocupavam, caso contrário não observaríamos tanto o termo “revoltas populares” durante diversos regimes teocráticos na antiguidade. Outrossim, a aplicabilidade do conceito se dá também na antiguidade a partir de um rompimento de fixidade dos acontecimentos sócio-históricos dados como inquestionáveis (SCOTT, 1989, p. 23), afinal, é justamente na antiguidade, com o surgimento das civilizações, ou, melhor, com o estabelecimento de um código de leis proposto por Hamurabi, concebido como o primeiro da história por Neils, que se dá essa cadeia de acontecimentos legitimados pelas concepções de gênero, as quais se encontram, de certa forma, presentes no século XXI.

Referências
Rovian Schenatto Palavicini é Graduado em História pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim & na atual condição de Mestrando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Bolsista CNPq, membro do Laboratório de Estudos da Antiguidade Oriental (LEAO) e Membro do Conselho Editorial da revista AEDOS. E-mail: rovian_palavicini@hotmail.com

BAHRANI, Z. Women of Babylon: gender and representation in Mesopotamia. London and New York: Routledge, 2001.
BHABHA, H. K. A questão do Outro: diferença, discriminação e o discurso do colonialismo. In: HOLLANDA, H. B. de. (org). Pós-Modernismo e Política. Rio de Janeira: Rocco, 1992.
BALTHAZAR, G. da S. Cleópatra a sedução do oriente: o corpo como meio feminino de exercer política. Rio de Janeiro: Revista História Comparada, 2009.
BEAUVOIR, S. de. O Segundo Sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
BUTLER, J. P. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2003.
CAMARGO, N. N. de; TOLEDO, E. Gênero em perspectiva: estudos históricos a partir das autoras Joan Scott e Maria Odila Dias. Paraíba: XVII Encontro Latino Americano, 2013.
CARIA, T. M. M. Aspectos da condição feminina no Antigo Egito. Niterói: Revista Mundo Antigo, 2013.
CARREIRA, P. Ramsés II e a batalha de Kadesh. Lisboa: Revista Lusófona de Ciência das Religiões, 2006.
CARVALHO, A. S. A conspiração maligna: a ameaça comunista e a eterna vigilância. Rio de Janeira: UFRJS, 2011.
CLANCIER, P. Hommes guerriers et femmes invisibles: Le choix des scribes dans le Proche-Orient ancient. Paris: Clio, 2014.
FOSTER, B. R. Before the Muses: an Anthology of Akkadian Literature. Maryland: CDL Press, 2005.
GUIMARÃES, E. A língua portuguesa no Brasil. São Paulo: Ciência e Cultura, 2005.
HINGLEY, R. O Imperialismo Romano: novas perspectivas a partir da Bretanha. São Paulo: Editora Annablume, 2010
KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/Editora PUCRJ, 2006.
MEYER, D. E. Teorias e políticas de gênero: fragmentos históricos e desafios atuais. Brasília: Bras Enferm, 2004.
NEILS, J. Women in the Ancient World. United Kingdom: British Museum, 2011.
BRACIAK, E; PALAVICINI, R. S. Olhares históricos: a Cleópatra do século XXI. Franca: Compêndio, 2017.
POZZER, K. Arte, Sexo e Religião: a deusa Ištar na Mesopotâmia. Brasília: Das Questões, 2018.
PUCCI, R. L. As margens plácidas de O quinto dos infernos. Paraná: Editora da UTP, s/d.
RISTVET, L. Ritual, Performance and Politics in the Ancient Near East. New York: Cambridge University, 2015.
SAID, E. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia de Letras, 1990.
SCOTT, J. Gender: a useful category of historical analyses. New York, Columbia University Press. 1989.
________. O enigma da igualdade. Florianópolis: Estudos Feministas, 2005.
SCOVILLE, P. Queremos nos amar como irmãos: uma análise historiográfica das cartas de Amarna e das relações entre Egito e Mitani entre c. 1390 – 1336 AEC. Curitiba: UFPR, 2017.

29 comentários:

  1. Gostaria de saber a sua ótica acerca de trazer os estudos de gênero na Antiguidade Oriental para a sala de aula na educação básica. De que maneira eu poderia abordá-la fazendo com que os alunos tenham uma maior compreensão do assunto?

    WEKSLLEY MACHADO

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Buenas Wekslley, tudo certo?

      Olha, eu sou um otimista da educação popular e da horizontalidade do ensino, assim, penso que o principal seja buscar conhecer seus alunos e, claro, partir da premissa que eles já saibam alguma coisa. Ademais, penso que a questão de gênero é de suma importância para a compreensão das estruturas sociais, econômicas e políticas das sociedades de modo geral.

      Portanto, te indico que parta da realidade sociocultural dos alunos e do conhecimento acerca da temática das relações de gênero que os alunos já dispõem. Podes fazer isso a partir de uma pesquisa prévia (com questionários) ou mesmo em diálogo e indagações com eles. É importante que pense a sociedade e cultura da época a partir dessa percepção dos educandos e, claro, necessário que tente linkar esse passado com a realidade deles, para que faça sentido. Um dos maiores problemas do ensino de história é o sentimento de despertencimento dos educandos para com a mesma!

      Espero ter ajudado!
      Grande abraço!

      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  2. Gostaria que você explanasse mais sobre essa visão dicotômica que é ter um personagem forte e de representatividade feminina como Ishtar, a deusa da guerra mas ao mesmo tempo viver aos moldes do código de Hamurabi.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite Raul, tudo certo?

      Então, é justamente isto que busco compreender na minha pesquisa de mestrado! Assim, não consigo te dar uma resposta tão elaborada sobre, mas, como de praxe, tenho uma hipótese: discorro acerca do conceito de gênero pois acredito que o mesmo seja importante para se pensar as relações entre masculinidade e feminilidade enquanto um construto social. O quero dizer com isso é que essas duas noções são flutuantes e cambiáveis, isto é, uma se constrói em relação à outra. Logo, se temos uma mulher forte e viril, precisamos, automaticamente, de homens mais fortes e mais viris do que ela...

      Espero ter contribuído pelo momento, abraço!

      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  3. De acordo com as leituras obtidas para a construção do texto, gostaria de saber, em síntese e de forma analítica, o que seria gênero.

    Eduarda Oliveira Silva

    ResponderExcluir
  4. Oi Rovian. Parabéns pelo excelente texto. Pensando caminhos de sua pesquisa, o quanto o processo educacional (ou a falta dele) contribuiu para o posicionamento dos papéis sociais, ligados à questão de gênero, na Mesopotâmica ou na Antiguidade Oriental como um todo?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Buenas Maicon! Agradeço e fico feliz que tenhas gostado!

      Sua pergunta se refere ao processo educacional na Antiga Mesopotâmia? Se sim, talvez me falte leituras para responder de forma satisfatória sua indagação, mas vou pensar aqui a materialidade literária que nos foi deixada por esses povos, já que a mesma dispunha de uma funcionalidade didática.

      Pegamos como exemplo dois textos: um dele é o Mito de Inanna e Enki, esse mito tem por finalidade alertar sobre as consequências de se beber demasiado. Por outro lado, interessante perceber o Poema de Agushaya, datado do reinado de Hamurábi, cuja finalidade é ensinar acerca da utilização da sabedoria no emprego da violência, mas, ao mesmo tempo, esse texto literário discuto os modos de se comportar dentro e fora de casa, por parte de Ishtar. Esses dois exemplos breves nos servem para refletir sobre a influência de contextos históricos e como a iconografia, de modo geral, passava a refletir esses contextos.

      Espero ter respondido sua questão!
      Grande Abraço!

      Rovian s. Palavicini

      Excluir
  5. Paula Alessandra Ribeiro Rodrigues2 de outubro de 2018 às 13:52

    Olá Rovian, tudo bem?

    Gostei muito do seu texto, parabéns! É muito interessante fazer a leitura do Código de Hamurabi da maneira como você coloca, não tinha pensado nesta perspectiva. Gostaria de saber se você já encontrou em livros didáticos tais visões sobre gênero e Código de Hamurabi.

    Obrigada,

    Paula Alessandra Ribeiro Rodrigues

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite Paula, agradeço e fico feliz que tenhas gostado!

      Durante a execução dos meus estágios realizei uma crítica aos livros didáticos disponíveis em minha Escola, e constatei, entre eles, que o único que buscava fugir um pouco do eurocentrismo fora elaborado por Gilberto Cotrim, mas, ao mesmo tempo, o Oriente ainda é um tema deixado de lado no caso brasileiro, tanto na educação básica quanto no ensino superior. O reflexo disto é observável nos livros didáticos ao ponto que cabe à eles a explanação breve da Mesopotâmia enquanto o "Berço das Civilizações" (4.000/3.500 AEC) e das estruturas socioeconômicas do Egito Antigo, migrando para o império Greco-Romano em poucas páginas. Dessa forma, Hamurábi acaba ficando de fora dessa cronologia, não sendo possível constatar, ao menos nos três livros didáticos que tive contato, uma leitura do código ou de questões relacionadas ao gênero no período.

      Espero ter ajudado, abraço!

      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  6. Interessante como você bebe para trabalhar gênero em sala de aula, no entanto gostaria que em respondesse, como trabalhar em sala de aula gênero na antiguidade uma vez que esta discussão é muito recente, a exemplo disto como apresentar essas ideais partindo de estruturas conceituais totalmente diferentes? Jêibel Márcio Pires Carvalho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Jêibel, tudo certo?

      Não sei se entendi sua pergunta, mas vamos lá.

      Os estudos de gênero voltados para antiguidade geralmente associam-se a buscas por uma origem dessa estruturação social baseada nessas concepções de gênero, já que é compreendido pela vertente teórica do conceito que essa estruturação tem raízes profundas que se encontram já na antiguidade. Saliento que o gênero está diretamente ligado às noções sociais, econômicas e políticas desses povos, sendo estruturante e estruturado a partir das relações de poder. Assim, podemos problematizar a exclusão da mulher da vida pública na antiguidade romana, por exemplo, podemos problematizar os escritos de Plutarco sobre a Cleópatra em Vidas Paralelas, as justificativas e interpretações de Platão, Aristóteles e diversos outros pensadores greco-romanos sobre as mulheres da época... As possibilidades são diversas!

      Espero ter ajudado!
      Grande Abraço!

      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  7. Bom dia, professor. Tudo bem? Primeiramente, gostaria de parabeniza-lo pelo texto e por trazer essa perspectiva de leitura do codigo de hamurabi. Mas, a minha indagação é: A religião mesopotamica, no sentido macro, ela contribuiu para a construção dessa separação entre o masculino e o feminino? E ainda, para o inicio da constituição de uma mentalidade de genero, onde a mulher virá a ser subjulgada nas civilizações posteriores? -salvaguardo alguns casos-

    E, por fim, é possível ser abordado esta temática em uma turma de 6° ano do fundamental?

    Thalles Henrique Batista dos Santos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Buenas Thalles, tudo certo?

      A religiosidade, no sentido macro, teve papel fundamental nessa constituição social, afinal, ela é um reflexo da mesma. Podemos observar isto a partir das modificações das quais tais mitologias sofreram no passar dos tempos, sempre buscando atender as novas demandas sociais. Um bom exemplo disso é a constituição, ao longo do III milênio, das divindades de forma matrimonial/laços familiares, justamente em um momento onde as relações entre as diversas cidades-estado iam se modificando a partir de alianças políticas, casamentos e guerras, como demonstra minha querida orientadora Kátia Pozzer, em seu artigo "Arte, Sexo e Religião: a deusa Ištar na Mesopotâmia".

      Quanto a sua segunda pergunta, me faltam "culhões" para responde-la, mas, ao meu ver, seria mais sensato buscar uma descontinuidade dessa "mentalidade", pois, não conheço nenhum sociedade posterior que rompesse com essa forma de estruturação social, se é que me fiz claro...

      E, por fim, sim, não é só possível como deveria ser pensado. Hoje os manuais didáticos ainda não buscam problematizar as estruturações sociais, apenas as colocam como "dadas", acredito ser interessante problematizá-las, para assim, contribuir para a construção e formação de um pensamento mais crítico!

      Espero ter ajudado!
      Grande Abraço!

      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  8. Rosian Schenatto Palavicini muito interessante seu ensaio e a discussão de gênero que o mesmo apresenta, no entanto me despertou uma dúvida, a cerca de sua abordagem sobre o Código de Hamurábi como você pretende estabelecer está relação de gênero com as leis presentes no Código e como isto poderia ser abordado em sala de aula?

    Bianca Maria da Silva Costa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Bianca, tudo certo?

      Fico feliz que tenhas gostado!

      O código é uma ferramente interessante para se pensar a sociedade da época e sua constituição, afinal, se uma lei é criada para repreender/assegurar algo significa que esse algo precisa ser repreendido/assegurado. A gama de leis que estão direcionadas aos modos de comportamento e condutas das mulheres (73 leis das 282 dispostas no código) correspondem a uma dominação baseada nas relações de gênero daquela sociedade outrora patriarcal. Como busquei fundamentar, na forma de exemplos em minha exposição, gosto de pensar o Código enquanto um, grosso modo, "aparelho ideológico do Estado", que contribuiu para a criação e legitimação de relações de poder baseadas no gênero em função do direcionamento de suass leis.

      Pensando em sua aplicabilidade em sala de aula, acredito que deva partir da crítica à fixidade dos acontecimentos históricos que se dão a partir de eventos específicos, como o caso da criação dessa instituição regulamentadora que é o Código. Ademais, acredito que seja necessário a problematização dessas leis de forma geral, mas que escolha algumas específicas e trabalhe mais em cima delas. Pensar a mulher e os filhos enquanto propriedade do marido, assegurado em lei, já é muito útil para debater as relações de gênero!

      Espero ter respondido satisfatoriamente!
      Grande abraço!

      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  9. Boa tarde! Em seu artigo, você menciona que as relações de gênero estão ligadas às relações de poder no meio sócio-político. Baseado nisso, não podemos dizer que essas relações de poder se invertiam momentaneamente nas sociedades patriarcais? Por exemplo, na Pérsia Aquemênida, caso houvesse uma disputa entre o rei e um nobre que se estendesse por muito tempo, ao ponto de poder se tornar uma guerra, a rainha-mãe ou a própria esposa do rei, poderiam intervir e mediar a situação. Não seria esse um caso, dessa inversão temporária?

    Matheus Moraes Maluf
    matheusmmaluf@gmail.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Buenas Matheus, tudo certo?

      Temos vários exemplos de subversões da ordem em sociedades antigas, e não somente no que tange ao gênero, mas não interpreta-se dessa forma que mencionas (como inversão temporária de relações de poder), pois esses exemplos fogem à regra e, de igual modo, não modificaram as superestruturas. Um bom exemplo disso é a ascensão de, pelo menos, quatro rainhas egípcias ao poder, entretanto, essa ascensão não fez com que modificassem-se as normas gerais de condutas e tradições, uma vez que era destinado ao homem o ato de conduzir nessa sociedade e, mesmo após esses quatro governos e entre eles continuou-se com essa tradição. Assim, sugiro que observemos esses casos isolados como casos de subversão da ordem, que nada mais é que a engenhosidade política de exercer o poder a partir das brechas que as normas sociais propiciam, como a co-regência materna, no caso egípcio, e como este exemplo que citaste, no caso persa.

      Espero ter respondido melhor sua questão!
      Estou aberto para o diálogo, grande abraço!
      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  10. Boa noite professor gostaria de parabeniza-lo pelo trabalho realizado, almejo realizar meu tcc sobre gênero e seu trabalho me fez afimar ainda mais meu amor pelo assunto. Referente aos determinismos biológicos relacionado a mulher, que mecanismo você me recomendaria a utilizar para desconstruir essas questões e levar o empoderamento feminino para a sala de aula?

    Brenda Luily da Silva Gonçalves

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Brenda, tudo certo?

      Te indico pensar o cultural como sobreposição ao biológico, e isso o historiador Yuval Harari faz de forma exemplar em sua obra "Uma breve história da humanidade".

      Ademais, existem vários estudos atualmente, nessa linha dos estudos de gênero, que buscam raízes para o problema, isso é importante para pensar uma continuidade dessas relações de poder que são herdadas, no caso Ocidental, do pensamento Greco-Romano.

      Espero ter ajudado!
      Grande abraço!
      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  11. Olá! Muito bom o seu texto! Nos dias de hoje, após vários anos de conquistas dos movimentos feministas e com a democratização dos debates sobre gênero, como podemos tratar tais questões em sala de aula? O tempo da aula de História já um tempo curto na grande maioria das escolas, porém não devemos fugir de determinados assuntos. De que maneira poderíamos abrir essa discussão com os alunos e alunas sem parecer somente um "apêndice" do conteúdo?
    Júlia Brown Rodrigues Adorne

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Júlia, fico feliz que gostaste!

      As discussões acerca das problemáticas de gênero ainda estão caminhando, mas a compreensão da existência dessa estruturação social baseada nessas concepções do conceito possibilitaram que nós, enquanto historiadores, olhamos para o passado com novos olhos. A partir do momento em que problematizamos sobre o exercício de determinada atividade na antiguidade já temos que ter em mente as relações de gênero que estruturaram o exercício dessa atividade, isto é, se para exercer a função de escriba pede-se que seja alguém do sexo masculino já podemos pensar o por quê disso. E, claro, podemos observar tais aspectos nos mais diversos setores do social, econômico e político!

      Espero ter esclarecido,
      Abraço!

      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  12. Boa noite. Adorei sua discussão acerca do tema. Em seu texto é abordado o tema sobre a mulher na sociedade antiga, na qual as mulheres eram totalmente submissas aos homens, sendo entendida como um ser inferior. Com o passar dos anos e graças a várias manifestações realizadas pelas mulheres, foram criadas leis para assegurar os direitos das mesmas. Diante de seu tema de pesquisa, gostaria de saber sua opinião sobre a mulher na atualidade. As leis em benefício delas estão sendo respeitadas? As mulheres se encontram no mesmo nível que os homens, ou ainda existe desigualdade entre o homem e a mulher?

    Inês Valéria Antoczecen

    ResponderExcluir
  13. Boa noite. Adorei sua discussão acerca do tema. Em seu texto é abordado o tema sobre a mulher na sociedade antiga, na qual as mulheres eram totalmente submissas aos homens, sendo entendida como um ser inferior. Com o passar dos anos e graças a várias manifestações realizadas pelas mulheres, foram criadas leis para assegurar os direitos das mesmas. Diante de seu tema de pesquisa, gostaria de saber sua opinião sobre a mulher na atualidade. As leis em benefício delas estão sendo respeitadas? As mulheres se encontram no mesmo nível que os homens, ou ainda existe desigualdade entre o homem e a mulher?

    Inês Valéria Antoczecen

    ResponderExcluir
  14. Boa noite; O tema em questão sobre a ideologia de gênero de acordo com alguns autores citado nos textos enfatizam a ideologia de Gênero como biológica, com isso usam métodos científico para formação de seus argumentos."Jacques-Louis Moreau, o qual alega que existe uma diferenciação binária a partir do momento que o homem tem seu órgão genital exterior ao corpo enquanto a mulher tem o seu órgão interior a ele, dessa forma, seria reservado biologicamente ao homem o espaço externo, o espaço público, enquanto a mulher deveria reservar-se no espaço interno, no lar"
    Minha pergunta baseada no texto acima.
    A desigualdade entre homens e mulheres não seria o resultado de um processo histórico advindo de uma herança da antiguidade e de uma sociedade patriarcal?

    Ruy Pavão Costa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Buenas Ruy, tudo certo?

      Sem dúvidas, mas fora justamente em função de uma herança específica, no nosso caso (Ocidental). Digo isso pois, como usei brevemente como exemplo, as mulheres egípcias detinham vários direitos, como possibilidade de divórcio, administração de bens, entre outros, enquanto no caso greco-romano as mulheres não gozavam de tais direitos. Se Cleópatra tivesse atingido seus objetivos talvez não estaríamos aqui discutindo gênero hoje haha.

      Espero ter respondido sua pergunta, apesar de apenas ter concordado com ela...

      Abraço!

      Rovian S. Palavicini

      Excluir
  15. Bom dia! Gostaria de parabênizá-lo pelo excelente trabalho. Segue abaixo minha pergunta:
    O código de Hamurabi foi utilizado durante sua pesquisa como principal instrumento de análise sobre o estudo do gênero na sociedade mesopotâmica, mediante seu caráter coercitivo ao atribuir em lei papéis sociais ao homem e a mulher que os situavam de forma preestabelecida nas relações de poder. Ademais, foi realizada uma crítica ao método historiográfico que se preocupa em reproduzir de forma literal os escritos das sociedades passadas, provocando um engessamento do conhecimento histórico e retirando o caráter humano dos antepassados.
    Durante suas pesquisas, você conseguiu localizar registros de repressão ou questionamento do código de Hamurabi entre aqueles que vivenciaram tal fato?

    Paulo Victor Cardoso Santos

    ResponderExcluir
  16. A partir do exposto e dos movimentos que existem nos dias de hoje que visam impedir o ensino de gênero e sexualidade nas escolas, como poderíamos trabalhar a temática de gênero na antiguidade oriental nas salas de aula diante dessa problemática?

    Vinícius Carvalho

    ResponderExcluir
  17. Muito bom seu texto, Rovian.
    Minha pergunta é a seguinte: qna sua opinião, qual seria a forma de disseminar mais esse tema, não apenas nas escolas, mas nas universidades também? É um tema que me interesso, mas quase não tenho acesso na universidade.

    Um abraço,
    Bruna Torman Reseres França.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.